A BRUXA – um conto da Nova Inglaterra
Bom, quando começaram a sair as primeiras noticias sobre este filme, eu confesso que torci o nariz. Afinal, estavam pintando um filme de arte de um estúdio independente como o maior terror popcorn já lançado. Vocês sabem não? Aqueles filmes com sangue, sustos, gritos e possessões demoníacas de girar a cabeça. Então, esta review está sendo feita com o intuito de desmentir essa falsa propaganda vendida a exaustão sobre um filme de arte.
O filme começa com uma família sendo expulsa de uma comunidade puritana (Puritano era um tipo de religião do velho mundo, muito parecida com os amish). A família está tentando reestruturar sua vida, fora da vila e da comunidade na qual residiam. É um casal e vários filhos, um deles, um bebê com apenas alguns meses de vida.
As coisas começam a ficar estranhas quando Thomasin, a mais velha, está brincando com o bebê, ocultando o próprio rosto com as mãos e em seguida expondo-o fazendo o pequeno rir. Mas em um desses intervalos, quando ela descobre o rosto, seu irmãozinho desapareceu!
O que vem a seguir é uma sequência de cenas confusas, entre as quais uma que sugere que o bebê foi morto em um sacrifício pagão e vale frisar que são os próprios filhos do casal que começam a dizer que a filha mais velha é uma bruxa e responsável pelo desaparecimento do caçula.
A seguir, começam a acontecer coisas que as pessoas daquela época não sabiam que podem acontecer, como por exemplo, sair sangue ao invés de leite ao ordenhar uma cabra (isso acontece porque o animal está com alguma infecção) e então, acusam ser obra da bruxa. Ao mesmo tempo em que um dos garotos da família contraí uma febre violenta e começa a delirar.
E então presenciamos uma cena de histeria coletiva, incitada inicialmente pelos gêmeos da família, que não tem mais que 06 anos. Eles acusam Thomasin de ser uma bruxa e então, fingem estarem possuídos, se contorcendo no chão e gritando coisas incompreensíveis. E os pais acreditam neles e duvidam da garota.
A partir daí segue-se a histeria coletiva e uma forte síndrome da cabana, que é quando um grupo de pessoas confinadas em um mesmo local por muito tempo sem contato com outros começam a delirar e ver e acreditar em coisas que não existem. Daqui a história vai cada vez mais para baixo.
Nada é explicado coerentemente e o final deixa muito a desejar, pois nos leva a crer que Thomasin, tomada finalmente pela loucura, começa a ouvir vozes e acreditar que está falando com o demônio.
Para não dizer que não aparece nenhuma “bruxa” aparece uma mulher de capa e cabelo negro em certo momento, mas tudo leva a crer que é um delírio de um dos filhos.
Foi uma tarefa muito exaustiva e frustrante assistir esse filme. Em parte porque a cada duas palavras dos personagens, uma era sobre religião e o outro fator é porque o filme, que tem duração de 1h30, foi tão arrastado que pareceu durar três horas. Agora não me entenda mal, eu gosto de filmes de arte, alguns deles, mas este aqui foi intragável e muito cansativo.
Eu não senti medo algum assistindo, não quis, como disse certo blog famoso de criticas de filmes de terror “sair correndo antes de o filme acabar”, não senti incomodo ou perturbação alguma, só muita raiva do excesso de religião e sono. Muito sono.
Até mesmo para um filme de arte ele é muito confuso e arrastado. Cansativo e irritante. E só me apresentou um grupo de pessoas que enlouqueceram por causa da religião e tiveram um surto histérico coletivo.
Veredicto final: Detestei o filme, tanto como pseudo filme de terror, quanto como filme de arte. É irritante, lento e modorrento.
Enfim, mesmo assim recomendo-o apenas para quem gosta de material histórico, religioso ou de folclore clássico do velho mundo, porque se você está procurando um filme de terror que te arrepie até os ossos, acredite, este filme, não é para você.
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