Westworld

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Eu não tenho pensado muito ultimamente antes de escolher uma nova série para acompanhar. Culpe a temporada magra de material interessante ou até mesmo minha falta de exigência ao selecionar os materiais, mas, preciso confessar que até agora, de todas as escolhas que eu fiz de forma aleatória, nenhuma me decepcionou. O que é o caso de Westworld, uma série de ficção cientifica misturada com re-encenação do Velho Oeste.
A série trabalha em cima da seguinte premissa. Um parque de diversões no melhor estilo faroeste criado para diversão de adultos ricos. Então, como devem ter deduzido, as atrações incluem sexo e morte, providenciados por robôs muito realistas, quase humanos, chamados de “anfitriões”. Estes robôs vivem dentro da cidade fictícia e não tem qualquer consciência de que não são pessoas reais. Todos os dias eles acordam e repetem a mesma rotina programada em suas mentes eletrônicas sem demonstrarem qualquer sinal de cansaço ou enfado.
Estes robôs são feitos com a ajuda de uma massa branca e pequenas máquinas a laser que moldam os blocos endurecidos nos formatos, acrescentando aos poucos e em camadas, detalhes bastante realistas aos bonecos. A personagem principal é uma jovem moça robô chamada Dolores. Segundo informações da equipe, ela era a anfitriã mais velha do parque temático e que sofreu mais reparos desde a inauguração do lugar.
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E o criador deste mundo fantástico é interpretado por Antony Hopkins (famoso por emprestar sua pele ao excêntrico serial killer Hannibal Lecter na franquia de filmes originais). Mas, nesta série Hopkins me lembrou mais o Dr. Moreau com suas estranhas criaturas meio humanas meio animais do que o canibal refinado e metódico. Quero dizer, é fácil notar como o criador ama suas criaturas e se fascina ao ver que elas estão demonstrando sinais de consciência, o que é interpretado pelo resto da equipe como um erro fatal.
Estes erros começam a aparecer após serem feitas atualizações em pelo menos 200 anfitriões, nas quais foi acrescentada uma série de pequenos gestos realistas para darem aos animatrons mais “humanidade”. Há também um robô homicida não identificado na cidade fictícia, que está matando outros robôs para extrair o que ele chama de “informação privilegiada”.
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E aqui começa a história de verdade. Enquanto a equipe tenta neutralizar os efeitos colaterais das atualizações, o robô sanguinário continua matando em busca de respostas. E nesse meio ficam os humanos que pagaram pequenas fortunas para viver um dia como personagens do velho oeste.
E aqui preciso abrir um pequeno par de parênteses e descrever como o comportamento dos humanos para com os robôs chega a ser algo asqueroso. Por saberem que as criaturas não estão “vivas”, os visitantes se divertem quando atiram neles ou fazem qualquer outra atrocidade. E começamos a nos perguntar quem ali é realmente a aberração. Os robôs programados para não ferir humanos e que se desdobram para diverti-los ou os humanos, que pagaram para massacrar aquelas criaturas cuja aparência lembra tanto sua própria raça.
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E para terminar esta breve review, quero falar da abertura em si. É uma pequena pérola em preto e branco na qual podemos ver os principais momentos de forjadura dos robôs e suas interações primárias, acompanhadas de uma música suave e melodiosa.
É uma série que aborda o tema clássico “uma utopia que saiu do controle” e também “criador versus criatura”, para citar alguns, além de fazer menção indireta a outros filmes e materiais da cultura pop. Vocês reconhecerão quando os virem, o que me fez pensar em uma série de materiais já existentes, alguns dos quais eu até cheguei a citar nos parágrafos acima e ansiar pelos próximos capítulos, já que, enquanto escrevo esta review, apenas dois episódios foram disponibilizados para download.
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Recomendo esta série para pessoas que gostam da abordagem de ficção cientifica que envolve o “complexo de brincar de Deus” e também para os fãs de Faroeste. É, pelo que eu vi até agora uma série bem amarrada, complexa e envolvente e com um bom ritmo narrativo.  
Algumas curiosidades:                    
A série foi inspirada por um filme de 1965 de mesmo nome e enredo.
A música de abertura foi feita por Ramin Djawadi, o mesmo responsável pelo tema de abertura de Game of Thrones.
Por se tratar de uma série com muitos personagens, os créditos iniciais mudam a cada episódio.
Algumas canções atuais como “Black hole Sun” e “Paint in Black” são executadas no melhor estilo pianola mecânica durante alguns dos episódios.

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