Victória
Eu gosto de conferir sempre os lançamentos em séries, porque quando termino uma, preciso começar outra ou sinto que ficou um buraco no meu dia. E foi em uma das minhas visitas ao site de torrents de onde eu pego minhas séries, que me deparei com essa minissérie em 08 episódios que fala do reinado da rainha Vitória da Inglaterra.
Confesso que de primeira torci o nariz, porque a personagem principal é representada pela Jenna Coleman e eu não guardo boas lembranças dela como Clara em Doctor Who, mas, ao terminar de assistir o primeiro episódio, minha opinião mudou totalmente. Jenna é uma atriz competente e muito capaz e que deu vida a esta interessante figura histórica. Agora um breve aviso sobre esta review, ela foi feita com base nos 04 primeiros episódios da minissérie. Eu não tive ainda a chance de assisti-la por completo.
Sobre a história. Alexandrina Victória é sobrinha do atual rei, Willian IV, que falece, deixando-a como governante do trono. Ela é uma menina de apenas 18 anos (mais do que Maria Antonieta quando assumiu a coroa na França, mas ainda assim jovem), mas com uma determinação e auto-suficiência bastante para colocar todos em seus devidos lugares. Um pouco antes da coroação ela declara que não quer mais ser chamada de “Alexandrina”, mas sim, apenas Victória.
E como toda boa história de corte, a história é repleta de intriga e pessoas invejosas que tentam tirar Victória do poder. E para isso, não medem esforços. Por exemplo, dizem a rainha que a amiga da mãe dela, Lady Flora ficou grávida após dividir uma cabine de trem com outro integrante da corte. Infelizmente, o resultado final é que a moça não só não está grávida, como também tem desenvolvendo dentro de seu ventre um tumor maligno. Com o falecimento de Flora e o vazamento do julgamento errôneo da jovem rainha para o povo, todos a atacam e odeiam.
E como toda mulher solteira no poder, começa as cobranças para que ela se case e tenha filhos (lembrando que uma das suas antecessoras, Elizabeth I, jamais se casou ou teve filhos e ficou conhecida na história como “a rainha virgem”), mesmo assim a cobrança é forte, ao mesmo tempo em que vemos como o resto da família de Victória se comporta de um modo parasita ao redor dela. Tentando usufruir o poder que a jovem detém.
Em paralelo aos dramas monárquicos, somos apresentados ao cotidiano de alguns dos empregados do castelo e seus passados e histórias complexas. E também vemos que o povo começa a passar fome e exigir uma eleição direta (o que até hoje não existe na Inglaterra).
Houve algumas manifestações na internet de que Jenna não se parecia nada com a Rainha Victória, mas, a imagem que as pessoas usaram como parâmetro para compará-las é uma das poucas fotografias tiradas de Victória, quando já não era mais tão jovem. Mas assim como toda adaptação, nem sempre o ator/atriz contratado é totalmente parecido com a pessoa que inspirou a produção.
A minissérie é primorosa, bem amarrada e com figurinos e cenário impecável. Ao contrário de algumas outras minisséries históricas que eu assisti (por exemplo, Versailles), esta manteve minha atenção fixa até o fim. E para balancear o enredo, conta com uma breve pitada de romance, que encaixou bem, sem ficar forçado. A abertura é um detalhe a parte, pois Victória aparece em cenas diferentes, tendo sua aparência modificada por acessórios reais, acompanhadas por uma suave melodia cantada.
Enfim, gostei muito da minissérie e a recomendo para os fãs de material histórico (apesar de saber que como em qualquer adaptação de fatos reais para a televisão, estes foram adulterados, mesmo que suavemente), fãs da Jenna Coleman, com certeza deve haver várias pessoas que gostaram dela em Doctor Who – eu não sou parâmetro para ninguém e por fim, fãs de seriados britânicos e daquele peculiar sotaque acentuado que eles têm.
“God save the Queen”
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