American Gods

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Bom, por onde começar essa review? Quem sabe adiantando a você fiel leitor que eu não li o livro do Neil Gaiman, American Gods (Deuses Americanos) que serviu de base pra essa série. Ou talvez seria melhor eu dizer que já tinha ouvido falar da produção dela no começo de 2016, junto de uma adaptação de Sandman que até agora não saiu do papel. Enfim, tendo isso em mente, por favor, não espere nenhum paralelo entre o livro e a série, entrei totalmente de gaiato assistindo ao primeiro episódio.

A série começa com um homem escrevendo uma história sobre um grupo de vikings que chegaram a uma certa ilha. Famintos e desidratados, nesse momento eles só sonham em poder encher a barriga com comida e dormir em um lugar quente. Mas são recebidos por uma saraivada monstruosa de flechas e ali fica claro que, eles não são bem-vindos.
Desesperados para saírem dali eles fazem inúmeras tentativas de atrair a atenção do deus Odin e com ele, o vento que os levará daquela ilha maldita. Eles praticam todo tipo de ritual bárbaro, desde furarem o olho direito com um punhal em brasa até incitarem uma matança desenfreada entre si. E aqui preciso abrir um par de parênteses e dizer que essa cena fica uma mescla de Game of Thrones com algum filme de terror B, de tanto sangue que esguicha na tela.
Enfim, após um certo numero de baixas, eles conseguem o vento e partem da ilha sem jamais olhar para trás.
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A história então avança no tempo até os dias atuais em uma prisão dos Estados Unidos. Um homem faz musculação no pátio, faltam poucos dias para ele ser solto e está feliz, pois poderá finalmente rever sua esposa. Mas como todo bom enredo, precisa de suas reviravoltas e em uma brincadeira sem graça do destino, a moça morre em um acidente de carro e ele, Shadow Moon, é libertado mais cedo, para poder ir ao enterro dela.
E aqui as coisas começam a ficar interessantes, ele conhece um cara no avião com uma lábia assustadoramente macia e que faz uma curiosa proposta de emprego para ele. O homem parece ter o dom de prever o futuro e ver em seu interior, mas talvez tudo não passe de leitura fria, sabe-se lá. Tudo isso que eu narrei acontece nos primeiros 24 minutos do episódio, que dura uma hora e alguns minutos.
Cada vez que pega no sono Shadow Moon tem um tipo de sonho vívido e sempre sobre a mesma coisa, uma grande e nodosa arvore com galhos secos e sem folhas no meio de uma clareira.
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Ocorre uma mudança de cena, um novo personagem aparece. Uma moça está sentada em um bar de hotel, esperando seu encontro da internet. Ele é um cara de meia idade, um pouco a cima do peso, bem dentro do padrão. O que acontece a seguir bom, eu não tenho como descrever com outra palavra que não seja “assombroso”. Não vou entrar em detalhes aqui, você precisa ver com seus próprios olhos, mas adianto que foi o conceito mais bizarro, no sentido de fora do padrão que eu já vi em uma série de ficção.
Voltamos ao Moon, ele acaba aceitando o emprego do estranho que conheceu no avião e daí finalmente começamos a ter uma ideia de no que ele está se metendo, quando um cara de quase 2 metros de altura diz a ele que é um leprechaunt, exatamente, aqueles homenzinhos irlandeses minúsculos que protegem o pote de ouro no fim do arco-íris. E então fui me dando conta de que a série vai apresentar criaturas míticas fora dos formatos das suas lendas
A partir daí as revelações que envolvem o acidente de carro que matou sua esposa acabam acertando Moon como um caminhão desgovernado ou seja, com violência e em cheio.
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Algumas informações não são apresentadas explicitamente para nós e em diversas cenas, cheguei a conclusões sobre certos personagens por conta própria, o que por um lado é bom, dá aquela sensação de auto-realização ao criar uma teoria e acreditar que ela é a correta. Na verdade eu até prefiro séries que não jogam tudo de bandeja na nossa cara, mas que nos deixam raciocinar por conta.
Pelo primeiro episódio eu pude ver que a série vai trabalhar com uma narrativa totalmente alinear, pulando de personagem em personagem e de volta ao anterior, inserindo objetos e conceitos futuristas com criaturas e mitologias antigas em uma mescla bem balanceada e como foi dito mais acima, abusa da violência física e tem, é claro, sua parcela de cenas de sexo e nudez.
A série é uma produção da Starz.Originals, mesmo canal responsável por Ash Vs. Evil Dead, ou seja, eles têm uma queda por gore e bloodbath (banho de sangue), mas, mais uma vez relembrando que eu não li o livro que serviu de base e tendo visto apenas o primeiro episódio até agora, American Gods até que tem uma promessa e tanto, se realmente for fazer uma releitura fora do padrão de lendas, criaturas míticas e deuses (antigos e pagãos). Outra informação, a produção será uma minissérie em 08 episódios.
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Enfim, pelo pouco que eu vi, é uma série que promete (só espero que consiga cumprir as promessas de campanha), tem bastante ação, violência, galões de sangue para qualquer um se afogar, desmembramentos, eu já disse violência? E é inspirada num livro do Neil Gaiman, o que mais uma pessoa pode querer? Espero não me decepcionar com os futuros episódios.
          “Que dia é hoje? Quarta feira. Então esse é o meu nome!”

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