De olhos bem fechados

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Bom, fiquei um tempo sem fazer reviews aqui por conta da falta de tempo+falta de inspiração, mas, essa semana eu fiz uma dobradinha infeliz de filmes dos quais não gostei nenhum pouco, mas ainda assim, que mereciam um parecer concreto aqui. Portanto, cá estou. 
Eu acompanho um certo canal de criticas de cinema no Youtube e o apresentador vira e mexe citava esse filme, “de olhos bem fechados”, como um filme incrível, inovador, maravilhoso e blablabla. Dai eis que essa semana resolvi assistir e confesso que… Me arrependi amargamente. 
ESTA REVIEW PODE CONTER SPOILERS
A História apresenta um casal da alta-sociedade com uma vida conjugal bem normal, Alice e Bill, (Casal composto por Nicole Kidman e Tom Cruise, que na época do filme, eram casados na vida real). Eles estão indo a uma festa de natal promovida por um dos pacientes do marido. 
O filme que tem 2h15 minutos, se arrasta por mais de uma hora apresentando o cotidiano monótono do casal, com cenas de nudez explicita da personagem de Nicole Kidman (que se chama Alice). Cenas que eu tenho de frisar aqui, são totalmente desnecessárias. Não me entenda mal, acho a Nicole uma atriz linda de corpo, rosto e extremamente competente, mas ao ver toda aquela nudez desnecessária confesso que me senti meio mal. É como cenas de sexo em filmes de terror, que não encaixam no contexto do filme. 
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Lá pela 1h15 você acha que o filme vai finalmente pegar no tranco, quando o marido, Bill, fica sabendo através de um amigo de faculdade, o qual ele reencontra na festa em que o casal vai no começo do filme, que o cara toca piano em um tipo de festa muito particular e restrita. Ele tem de tocar vendado! Isso desperta a curiosidade de Bill que dá um jeito de entrar na tal festa. 
As melhores cenas do filme são sem dúvida as que se passam dentro do Sommerton palace, ótima fotografia, cenário e disposição de personagens. É uma espécie de casa do prazer anônimo onde homens e mulheres poderosos vão para satisfazer suas fantasias sexuais obscuras. 
Bill está oculto entre os convidados, até que, acaba sendo descoberto pelo mestre de cerimônias do local, que o inquere a dizer a senha da casa e a segunda senha, ao se atrapalhar, informando que não sabia a segunda senha, ele é convidado a se retirar, não sem antes que uma moça, mascarada, como todos os presentes no local, se ofereça para sofrer a punição no lugar dele.  Ele é ameaçado de que se falar a alguém sobre o que viu lá dentro da mansão, sua família pagará com a vida.
E esse é o ponto mais alto do filme, essa cena que dura no máximo cinco minutos dentro da casa. 
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No dia seguinte, Bill descobre que a tal moça que intercedeu por ele deu entrada no necrotério. Overdose de heroína, diz na ficha. E mais tarde, quando Bill desesperado vai conversar com o paciente que promoveu a festa no começo do filme, o homem lhe diz “ela era uma vadia, descartável”. 
E foi esse um dos detalhes que me incomodou, porque veja bem, todos que estavam dentro daquela casa eram pessoas ricas e importantes, mas ainda assim, todas as mulheres ali dentro eram vistas como descartáveis, apenas objetos para satisfação sexual dos homens. O que acaba se refletindo na personagem de Nicole Kidman, em um nível mais fraco e pudico, ela também é objetificada como uma criatura sexualmente atraente e nada além disso. 
Mas o que mais me frustrou no filme foi a falta de viradas no enredo, de mudanças, de adrenalina, de sentimento. Não teve vida, foi como assistir um show de marionetes sem titereiro.
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Não fica bem explicado se o marido contou o que aconteceu naquela noite a esposa e o pior de tudo é a frase final do filme. “Sabe o que devemos fazer? Trepar”. 
Ou seja, independente do problema absurdo em que ele se meteu, no risco que ele colocou a família, a esposa e a filha pequena, só para satisfazer uma curiosidade mórbida e fetichista, tudo o que a esposa pensa é em fazer sexo. Mas é por que ela quer ou para satisfazer o ego do marido?
O filme é cru, mas também é morto. Não apresenta nenhum sinal do que nós esperaríamos de um diretor como Stanley Kubrick (O iluminado, Laranja Mecânica). Confesso que sempre ouvi falar que esse filme era chocante, explícito, violento, perturbador e todos os outros adjetivos para algo que causa impacto negativo no espectador, mas, pra mim foi bem na média. 
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A impressão que eu tive foi que todas as informações foram porcamente atiradas na cara do espectador, sem ordem, sem coerência, sem conclusão ou consequências. 
Confesso que eu não suporto o Tom Cruise, acho ele péssimo ator e péssima pessoa e que só resolvi ver esse filme depois das várias indicações do cara do tal canal, e agora afirmo com todas as letras que me arrependi e muito.

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