Puppet Master - The.Littlest Reich

Vamos começar aqui dizendo que eu não vi os outros 9 filmes da franquia e não tenho interesse de ver. Também vale citar que este 10º filme pode ser considerado uma “produção de fãs para fãs”, patrocinada pela revista americana de horror “Fangoria” (a qual eu sigo no twitter e que floodou minha TL com anúncios desse filme - o que me fez despertar um interesse de assistir).

Em uma seqüência de ilustrações somos apresentados aos principais acontecimentos dos outros nove filmes, desde a criação dos bonecos até a vinda deles para a America.
Um dos bonecos está na casa do protagonista. Foi encontrado pelo seu falecido irmão caçula, no acampamento de verão, alguns anos antes do menino morrer.
O filme trabalha com os três estereótipos padrões de filme de terror: A loira gostosa, o herói com moral impecável (que também é nerd e ilustrador de quadrinhos) e o sidekick insuportável (você já deve ter visto ele em uma dúzia de outros filmes, é um cara sem noção, que só fala coisas ofensivas, pervertidas ou idiotas, se acha o máximo e que a primeira vista, não serve pra nada).
Os três estão indo para uma convenção que irá “celebrar” os 30 anos dos assassinatos Toulon, e o tal ilustrador Nerd está levando o boneco que achou no armário do irmão pra tal convenção (onde os demais bonecos estão sendo expostos).
Chegando lá, descobrimos que os outros três bonecos foram roubados do museu/mansão Toulon. (+na tal convenção todos tem de 1 a 5 bonecos da coleção - réplicas - o que ignora totalmente a história dos outros 9 filmes, que diziam que os bonecos eram únicos).
E como em todo filme de terror padrãozinho, tem uma cena de sexo hétero - totalmente fora de contexto - só pra mostrar os peitos da garota. O lado bom é que ela dura no máximo uns 2 minutos.
No elenco temos Udo Kier, um ator não muito conhecido do grande público/jovem público, mas que participou de diversas produções de terror, além de alguns filmes de arte e alternativos, fazendo o papel do bonequeiro, Andre Toulon.
Vale citar também que o filme ignora a mitologia dos filmes anteriores da franquia, ignorando o assassinato da esposa de Toulon pelos nazistas, trocando por um suicídio enquanto ela e o marido vinham de navio para os Estados Unidos. Também há menções diretas de que [nesta continuação] Toulon era pró-nazismo, além de um sádico que torturava mulheres judias.
Infelizmente o filme exagera nas insinuações sexuais fora de contexto (incluindo mais peitos de fora e cenas de sexo fora de contexto e nitidamente falsas), além de ter uma cena inicial abertamente lesbofóbica (O que é ainda mais ridículo se pararmos para analisar que quem fala a ofensa é o personagem de Udo Kier, que é um ator abertamente gay) e para sua curta duração de 1h30, gasta quase 1 hora para “criar a atmosfera” enfiando todas as cenas de gore nos últimos 30 minutos.
Eu tentei assistir com o pensamento de que é uma produção feita por fãs, mas, não consegui nem sequer rir das situações ridículas que os bonecos parcamente manipulados apresentavam.
Arrisco dizer que o filme faz uma apologia anti-semita (pois o filme afirma que o criador dos bonecos era a favor do movimento nazista) e o discursinho forçado de que judeus colecionam conteúdo nazista para debochar e mostrar que atualmente aqueles símbolos não significam nada é extremamente forçada e fraca.
As cenas de assassinato cometidas pelos bonecos são trash extreme, muito forçadas e risíveis, mal feitas e totalmente falsas. Digo, não dá para levar o filme a sério. Mas pelo menos a maquiagem artística é boa.
O filme é um trash ruim com “R” maiúsculo, tem sangue pra todos os lados, cenas de sexo fora de contexto, uma cena de mais de dez segundos de um cara gordo urinando em um vaso sujo de fezes (yep, e eu me recuso a dizer o que acontece depois com ele, ugh). Mas o problema é as “vitimas” assassinadas. Um casal judeu, um rapaz gay, uma mulher negra e grávida (essa cena foi a coisa mais asquerosa - por mais fake que seja - que eu vi). Ou seja, os bonecos estão matando as minorias caçadas na época da segunda guerra mundial.
Resumindo, não é um terror que se leve a sério e nem mesmo um trash a ser respeitado, é ruim, faz apoio maquiado a uma das maiores chagas da humanidade. 
Eu comecei assistindo achando que ia rir muito, pela atuação ridícula dos bonecos, mas terminei com um gosto amargo na boca, não pelo trash, não pelo gore, mas pelo fator de usarem um horror real como desculpa para um filme de terror mequetrefe de ruim. (Mas, eu não devia me surpreender, já que nos anos 70 existia um gênero de horror chamado nazi exploitation).
A única coisa que se salva, além da maquiagem artística, é talvez a música-tema. De resto, poderiam jogar tudo no lixo, 1h30 da minha vida, perdida para sempre. 
E não me entenda mal, eu sei que quando um filme é trash, ele será ruim, será péssimo, horrível. Mas não acho graça “brincar” com um assunto sério só para criar um plot de fundo pra mais um filme de uma franquia ridícula e risível.
Ah e um ultimo detalhe pra coroar essa pilha de porcaria, o filme termina com um grande letreiro de “continua…” Caramba, essa franquia é ruim e nunca vai terminar não é?

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