The Perfection [2019]

O que dizer desse filme que acabei de ver e não pretendo rever tão cedo na minha vida [por causa do impacto que me causou]?

Pela primeira vez em anos a netflix acertou num filme de terror, tirando as duas adaptações de conteúdos do King (Jogo perigoso e 1922) o canal de streaming, na minha opinião, só tinha dado grandes bolas fora no gênero.

Até eu ver esse filme.

É a história de uma violoncelista que precisa se afastar da academia de treinamento para cuidar da mãe doente e que, após o falecimento da mulher, dez anos depois, volta e tenta se reintegrar novamente no meio musical. Pelo menos esse é o básico do básico do roteiro, porque, o filme tem tantas camadas e plot twists que, a gente não pode criar uma opinião sobre nenhuma das personagens até chegar nos últimos dez minutos do longa.

Não há nada de sobrenatural no longa-metragem, apenas a pura e não refinada maldade humana e a desculpa do abuso em nome da perfeição. A forma como o roteiro trabalha com o abuso feito por professores/mentores em cima de seus pupilos e como estes, hipnotizados pela promessa de sucesso e de receberem a aprovação dos seus mestres, parecem não compreender que são vítimas destes abusos, é um outro detalhe muito bem trabalhado no roteiro.

Existe um relacionamento lésbico entre a protagonista e outra personagem [e isso nem pode ser considerado spoiler, já que os sinais nos são informados nos primeiros dez minutos de filme].

Para quem leu até aqui e ficou com curiosidade de ver o filme, segue um alerta. Existem cenas de mutilação, insinuação de abuso e a sequencia final é extremamente perturbadora, digna de filmes de horror com um pezinho no gore.

Ainda assim é um filme extremamente interessante que em 1h30 conseguiu ser interessante e dinâmico, não me deixando se quer pensar em pará-lo para fazer outra coisa, já que há cada 20-30 minutos acontecia um plot twist que nos dava novas informações cruciais sobre o roteiro.

Vale conferir se você tem estômago forte e não se impressiona facilmente+se você gosta de um relacionamento bem desenvolvido entre duas personagens femininas, sem fetichização ou estereótipos.