Izombie
Conheci Izombie por causa dos quadrinhos da Vertigo, que por aqui sairam como “Eu Zumbi”. Cheguei a baixar umas 30 edições dele, talvez mais, quando para minha surpresa, há uns 2 anos mais ou menos foi anunciado o lançamento de uma série de tv adaptando a história. E preciso frizar que esperei sair quase a segunda temporada inteira para só então fazer esta review.
No começo confesso que tive receio, eu não gosto nada dessas adaptações feitas de material já existente e, pra falar a verdade, menos ainda de zumbis. Posso afirmar com certeza que não vi ou li muitos materiais envolvendo mortos-vivos comedores de cérebros até hoje, mas como eu tinha lido a HQ e esperava com ansiedade que a adaptação fosse complementar a ela, dei uma chance. E não me arrependi.
A série apresenta a médica Olivia Moore (interpretada por Rose Mclever, a Sininho de Once upon a time), que pela infelicidade do destino vai a uma festa num barco, onde as pessoas estão usando um novo tipo de droga, Utopium, que quando misturado com certo energético (Max Rage) cria um composto químico que transforma os usuários em zumbis. Na tentativa de fugir do massacre que está acontecendo a sua frente, Olivia (Liv para os amigos) é arranhada por um dos zumbis, o que causa uma contaminação direta.
Na manhã seguinte ela esta dentro de um dos sacos para cadáveres até que… Surpresa, ela abre o saco respirando e tossindo agua, o que faz os legistas acreditarem que cometeram um engano por acharem que estava morta. Mas na verdade, ela está, clinicamente falando. A partir daqui a vida de Liv muda completamente. Ela termina o relacionamento com o noivo, deixa de trabalhar no renomado hospital onde estava há anos e se torna médica legista da policia, pois assim, fica mais fácil obter sua alimentação, vulgo cérebros. E é durante esse novo trabalho que ela também conhece um aliado, Raj, seu superior no necrotério e um britânico muito simpático.
Em Izombie existe um diferencial perturbador. Cada vez que um zumbi come um cérebro, especialmente se for de uma pessoa falecida, ele adquire todas as habilidades, manias, hábitos e até vicios desta pessoa. E por trabalhar para a polícia, Liv sempre acaba ficando com cérebro de pessoas brutalmente assassinadas, o que aos poucos passa a ser um fator importante na resolução dos crimes. Quando perguntada como sabia de certos fatos, ela diz ao policial Babineaux que é vidente psíquica. E a mentira tem funcionado muito bem até está segunda temporada.
Cada temporada tem um plot central. A da primeira temporada são a adaptação de Liv a nova “vida” e os assassinatos do “Carne Fofa”, um açougue de fachada que na verdade era utilizado para vender cérebros a pessoas ricas infectadas com o vírus zumbi. Por que este é outro ponto que diferencia Izombie dos demais materiais zumbis. Contanto que o infectado tenha uma alimentação freqüente, sua mente pensante não se deteriorará e com a ajuda de bronzeamento artificial e molho picante para dar algum sabor (já que eles perdem o paladar por completo durante a mudança) dá-se para levar uma vida quase normal. Na primeira temporada, o “vilão” é Blane, o responsável por infectar Liv na festa do barco.
Mas também é mostrado o que acontece com zumbis que ficam tempo demais sem se alimentar. Ficam parecendo figurantes de um dos filmes do George A. Romero, com direito a sons ininteligíveis e pele apodrecendo no rosto.
Já na segunda temporada, o dono da Max Rage (sim o tal energético), resolve exterminar os zumbis, que foram contaminados em parte por culpa do seu produto. E então começa uma grande caçada a um grupo de pessoas que apesar das dificuldades causadas pela contaminação, só querem continuar com suas vidas da forma mais normal possível. Enquanto também entra em cena o chefe da máfia, Sr. Boss. Blaine continua sendo mal, mas não oferece mais tanto perigo a Liv.
O que eu mais gosto na série é a mudança de personalidade e comportamento da Liv a partir dos cérebros que ela come, a interpretação da atriz é muito boa (claro, não chega a ser tão boa quanto a Tatiana de Orphan Black, mas é boa o bastante). Além é claro, da preparação de pratos variados para incorporar o alimento incomum da sua nova dieta.
Essa série tem uma abordagem leve e simpática, pontuada por alguns detalhes macabros. Poderia ser classificada como série policial e até de ficção, mas acredito que jamais deverá ser comparada a suas “irmãs” The Walking Dead e Dead Set, já que ambas apresentam os zumbis como nada mais que cascas humanas, sem sentimentos, emoções ou noção de certo e errado. E acho que foi isso que me atraiu a atenção em Izombie, pois o vírus zumbi foi apresentado como uma doença transmitida por contato direto, mas que até agora, parece ter sido um infeliz efeito colateral da mistura de dois produtos diferentes formando uma química fatal.
Enfim, sou uma pessoa suspeita pra dizer “Veja porque é muito boa”, afinal, adoro os quadrinhos da Vertigo e me apaixonei pela interpretação da Liv Moore, mas, correndo o risco de soar forçado… Veja, porque é muito boa!
E como diz o grupo que faz as legendas da série para PT-BR…
Porque zumbi é bom pra caralho!
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