The cannibal Club [2019]
A premissa parece interessante, um clube secreto de canibais brasileiros da alta-sociedade, só que, bom, er, assim como aconteceu com "O rastro" que era para ser um filme de terror mas acabou sendo uma crítica social ao tráfico clandestino de órgãos humanos, Clube dos canibais também escorregou na poça de sangue e rachou o cocuruto.
É a história de um casal rico e esnobe que literalmente come seus funcionários [não sem antes a esposa traçá-los de forma sexual], agora, não me entenda mal, as cenas da matança e desmembramento do corpo são bem explícitas, sangrentas, viscerais, mas, de resto o filme é morno e sem graça.
A coisa toda sai do controle quando a esposa vai a festa de bodas de um amigo do marido e ao procurar o segurança da casa descobre que ele está transando com o dono da casa - o cara que está celebrando as bodas com a esposa. Daí a coisa só fede, porque ela, idiota, vai atrás do cara, um figurão, pra falar que "não tinha nada demais no que ela viu". O cara, claro, se faz de sonso e ela finge de dissimulada e acha que está tudo bem... Só que não é bem assim.
Além disso o filme é um desfile de discursos elitistas, eugenistas e racistas em cima da classe social abaixo deles, além de que, no tal clube, tem uma cena que insinua a produção de um video snuff protagonizado por um casal hétero cis negro (pois enquanto os dois estão fazendo sexo na frente da câmera de um jeito animalesco a ponto de me fazer pensar que ambos foram drogados com alguma coisa) um terceiro personagem entra em cena, mascarado e segurando um tacape cheio de pregos. Esta cena, a gente não vê. Só ouve os sons e os gritos da moça até que tudo em fim fica silencioso.
Enfim, o filme pecou em vários aspectos na minha opinião, entre eles, de não frisar que consumir carne humana dá príon (a doença da vaca louca) e também em insinuar que por todos eles serem ricos e da "elite" podiam continuar matando e assediando seus funcionários (da classe inferior) afinal, "quem sente falta de pobre"?
As tais carnes não passam de um churrasco gaúcho (claro, carne é carne quando é assada, mas, eu achei que ficou forçado demais), a cena final, apesar de satisfatória, foi um tanto quanto previsível e brochante, porque termina ali. Não se explica o que aconteceu depois, se o clube foi desfeito, se alguém foi preso, nada.
Ah, e a quantidade de cenas de sexo sem necessidade no filme, eu contei pelo menos três das quais eu abriria mão sem pensar duas vezes.
O filme é uma representação realista da elite social e econômica brasileira, que, "metaforicamente" se alimentam dos mais pobres. Deste ponto de vista, o filme não é uma perda total, mas se você está procurando um filme de terror, passe longe dele.
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