Baba Yaga, o terror da Floresta Negra
A Baba Yaga é uma figura folclórica russa muito conhecida por lá e que já recebeu vários tipos de adaptação, entre animações e músicas, sem falar em curtas-metragens que a gente acha no youtube.
Ela é uma bruxa que rouba crianças, faz os pais esquecerem que tinham um filho e então, consome a vida da criança, conforme ela é esquecida da memória de todos que se importavam com ela.
O plot desse filme é sobre a criatura, que diz ter sido banida para outra dimensão há mais de 100 anos e que está tentando voltar ao nosso mundo, mas para isso ela precisa da ajuda de uma criança que faça isso por vontade própria.
E é ai que entram os protagonistas da história, três crianças com realidades diferentes, um menino cuja madrasta teve uma bebê recentemente e contratou uma babá, uma menina que a mãe controla e sufoca emocionalmente, que tem uma professora de piano e um garoto abandonado pelos pais, delinquente, criado por uma mulher que só está com ele para pegar o auxilio social do governo.
A babá e a professora de piano são a mesma pessoa, uma criatura em forma humana usada pela Baba Yaga para se projetar no nosso mundo e roubar, inicialmente, a irmãzinha bebê do garoto.
O filme lembra um pouco Maria e João, o conto das bruxas, que saiu no começo deste ano, no quesito ambiente escuro e tenebroso e apesar do uso de CGI e efeitos especiais digitais, nesse quesito o filme consegue entregar uma aura incomoda e assustadora.
Mas, nem tudo são flores, por ser um filme russo, ele é carregado na misoginia e no machismo enrustido, especialmente no discurso furado do pai do menino do que "homem de verdade" deve ou não fazer - e por isso o filme perdeu alguns pontos comigo.
Mas num geral é um passatempo interessante, meio na linha dos filmes do Invocaverso, Blum House. E foi surpreendente ver como o diretor de "A noiva" (filme pavoroso de ruim sobre outra lenda local russa, focada nas fotografias pós-morte e na maldição de uma noiva que morreu antes de consumar o casamento).
A narrativa está melhor, mais concisa, mas infelizmente ainda um pouco lenta e desconexa em certos pontos. Os detalhes emocionais da memória e lembrança são o que para mim, mantiveram meu interesse no filme.
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