Vampiros vs. The Bronx [2020]
Se você me conhece há tempo suficiente sabe que eu tenho minhas implicâncias com a netflix por uma dúzia de motivos e as produções ruins de horror é uma delas.
Até hoje pouquíssimas produções de horror originais netflix me agradaram, dá pra contar nos dedos de uma mão e ainda sobra dedo, mas, hoje eu vim falar dessa grata surpresa com gosto de sessão da tarde dos anos 80 que é "Vampiros vs. O Bronx"
É a história de quatro crianças (duas negras e duas porto-riquenhas) que vivem no bairro do Bronx, na cidade de Nova York e que descobrem que vampiros estão "comprando" os imóveis do bairro (coloco entre aspas porque os antigos donos não chegam a vender, eles se tornam... Alimento dos vampiros) e então eles se reúnem para derrotar os invasores sobrenaturais e proteger o bairro em que moram.
Mas o que isso tem de original? Tem uma montueira de filmes especialmente dos anos 80 que abordam esse assunto (A hora do espanto e Garotos perdidos, só pra citar alguns).
É o elemento racial e a representação de um bairro que é considerado "invisível" pelo resto da população dos Estados Unidos. Ver quatro crianças de etnias que costumam ser escondidas ou descartadas de produções cinematográficas, no centro de um filme e brancos-loiros-europeus representados como os vilões tem um teor simbólico muito forte.
Além do que, o filme é muito divertido e ameno, perfeito pra assistir com a família e super recomendado para os fãs de horror do subgênero vampiro dos ano 80/90.
Também preciso mencionar a maquiagem prática dos vampiros, no melhor estilo Buffy, a caça-vampiros. Nada de CGI, aqui é efeito prático!
Há diversas menções a outros conteúdos vampíricos, como "Blade, o caçador de vampiros" (filme o qual as crianças assistem trechos na bodega de um amigo) e o livro "A hora do vampiro" de Stephen King, o qual aparece na mão de um dos garotos.
E eu adorei os easter eggs também, o nome da imobiliária, Murneau, é o sobrenome do diretor do filme Nosferatu e o logo é uma reprodução do retrato do Vlad, o impalador aka Conde Drácula.
O filme também tira um tempinho pra criticar o aliciamento de menores por gangues do tráfico, os problemas que uma mãe sofre para criar um filho quando o marido foi preso por posse de drogas e a religião como principal pilar de apoio de uma sociedade.
Eles se mantem firmes as regras-base sobre vampirismo, você sabe né? Só podem entrar se você os convidar, alho, água benta, estacas, crucifixos, caixões e claro, sol.
Resumindo, é um terror de humor divertido e gostoso de assistir, pro qual eu dei nota 8 de 10 e recomendo muito, caso você tenha assinatura da netflix, que dê uma conferida.
E se não tiver, baixe aqui
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