Filhos do medo

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Acabei de assistir “filhos do medo” (The brood - a ninhada, no original) do David Cronenberg e realmente a sinopse que a gente acha por ai do filme não faz nenhum jus ao tanto de perturbações audio-visuais as quais somos apresentados durante a 1h35 de duração.

O filme que é de 1979 é um dos primeiros trabalhos de Cronenberg e aqui já podemos ver os primeiros sinais de desenvolvimento do que se tornaria sua marca registrada no futuro, a abordagem crua da sexualidade e deformidades humanas, além do psicológico e comportamental distorcido. 
Na sinopse que eu li, davam enfase para a esposa internada fazendo um tratamento psiquiátrico, mas durante o filme ficou claro que o foco era na filha dela com o protagonista, Candy.
Aqui uma sinopse, não a que eu li, mas enfim:
“Frank vive em constante medo. A sua ex-mulher está mentalmente doente e ele tem medo que a sua doença possa ter influência negativa em sua filha de 6 anos e, acima de tudo, teme pela própria vida. Duas crianças deformadas atacam a professora da filha de Frank, levando-o a investigar uma série de homicídios e a sua relação com a ex-mulher e com uma organização de psicoterapia. Quando a ameaça das crianças mutantes começa a chegar perto da sua família, Frank tem de vencer o medo e descobrir a sua verdadeira natureza, antes que ele e sua filha se tornem as próximas vítimas.”
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O filme é bastante morno e pode até ser cansativo para o publico fã do cinema fast food, você sabe não? Aquele tipo de filme que nos primeiros dez minutos já aconteceram duzentas mortes e isso é só o começo.
Pelo contrário, em filhos do medo a gente vai descobrindo os fatos muito lentamente e só somos apresentados a bizarrice final - marca registrada de Cronenberg - nos últimos dez minutos do filme. Isso mesmo, você não leu errado, passa-se 1h25 minutos até tudo ser realmente explicado.
Não é um filme fácil de assistir, não apenas pela dinâmica da narrativa lenta e vagarosa, mas também pelo conteúdo de fundo do filme, que aborda abusos domésticos, maternais e problemas psicológicos cuidados com um tratamento new age.
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Foi uma experiência única e bastante incomoda, especialmente o desfecho final com a cena sugerindo que o ciclo do terror ainda não acabou. Não quero dar spoilers aqui, apesar de saber que ninguém vai se dar ao trabalho de ler, mas, vai que por uma sorte alguém se interesse pelo filme e eu não quero estragar a surpresa de vocês.
Mas adianto, a sequencia final é extremamente nojenta, pelo menos para os padrões comportamentais humanos.
Peço desculpas pela review curta, mas não tive tempo de elaborar com calma antes de escrevê-la.
Ah, uma observação, como sempre, o título original, a ninhada, faz muito mais sentido que o titulo brasileiro, já que não são filhos do medo, mas sim gerados pelo ódio e pela raiva. 
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