Midsommar [2019]
Acabei de assistir Midsommar e assim, não sei bem o que dizer. O filme são 2h30 de cena absurda atrás de cena absurda em uma comunidade rural isolada com costumes pagãos extremamente bizarros.
Tá na cara que o diretor, Ari Aster [que também é o roteirista] bebeu até se fartar na fonte do Folk Horror (ou horror folclórico) cujo representante eterno sempre será "O homem de palha" [1973] [recomendo você a assistir, se gostou de Midsommar].
É a história de um grupo de americanos que vão, a convite de um amigo sueco, para um pequeno vilarejo ver as festividades de Midsommar, o solstício de verão, que acontece há cada 90 anos, mas o que parecia apenas um passeio divertido aos poucos começa a se mostrar suspeito e assustador.
Em paralelo a isso temos o tema do luto, assunto favorito de Aster, a protagonista Dani, perdeu os pais e a irmã, em um homicídio-suicídio com monóxido de carbono e ela está frágil, vulnerável e dependente do namorado.
Esse é um segundo ponto a se observar sobre o filme, ele é uma crítica aos relacionamentos unilaterais em que um dos lados sempre fica arrumando desculpas para as ações e comportamentos irresponsáveis e insensíveis do outro lado. No caso a Dani que fica tentando justificar as ações de total descaso para com ela por parte do namorado, Chris.
O filme é um prato cheio de folclore nórdico e enfia um pé inteiro nas seitas religiosas obscuras que praticam entre outras coisas o incesto e o sacrifício humano.
Ainda há o fator da sensibilidade coletiva, o que um na aldeia sente, todos os outros parecem sentir também, seja raiva, luxuria, medo ou dor.
Há também uma menção indireta a história da cidade que sofreu de histeria coletiva e dançou até morrer, mas aqui a situação foi usada como um concurso para decidir que seria a próxima rainha de Maio. (uma espécie de rainha da colheita).
Realmente não é um filme para o grande público e muito menos pra essa geração fast food que quer que tudo aconteça nos primeiros dez minutos de filme. Midsommar é algo para se saborear aos poucos, absorvendo as informações e os detalhes não verbais das cenas, é para uma platéia mais madura e culturalmente evoluída, então, crianças que gostam da franquia "invocação do mal", este filme não é para vocês.
Enfim, o filme é uma verdadeira revirada no estômago, não tanto pelas cenas de gore e violência [apesar de existir algumas], mas pela forma como a situação é levada no desenrolar do longa-metragem.
É um filme que quando a gente termina de ver, fica cheio de dúvidas e com pouquíssimas respostas nas mãos.
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