O cristal encantado - era da resistência [2019]
Então, eu sempre fui fã dos trabalhos do Jim Henson (criador dos Muppets e da Vila Sésamo), vi a maior quantidade de filmes dele que consegui encontrar, incluindo a série "the storyteller" no youtube, "o labirinto" com o Bowie e claro, "O cristal encantado" de 1982.
Dai eis que esse ano a netflix dá uma bola dentro e lança a série inspirada no filme, preenchendo uma série de lacunas que o longa de 1h30 não conseguiu ocupar.
É uma série de fantasia medieval com bonecos e é incrível, Mas, vale citar aqui que, como o filme original, a série não é indicada para crianças, pelo excesso de violência, crueldade e brutalidade aplicadas pelos bonecos. [tem muita morte e tortura].
No entanto, do ponto de vista de roteiro a série é maravilhosa, ela tem alguns alívios cômicos como o par de Skeksis e Sábio da montanha e o pequeno puddling Hup, mas a grande parte da série é sombria e perturbadora e a mitologia desenvolvida pra ela é maravilhosa e complexa.
Revemos personagens antigos como a Mãe Aughra e conhecemos personagens novos, como as filhas da Gran-Maudra e os sete clãs de Gelfflings.
Neste mundo dividido entre Gellflings e Skeksis (o primeiro uma espécie de pequenos elfos e o segundo, um tipo de grandes urubus antropomórficos), começa a se levantar uma rebelião, já que os Skeksis (que se dizem senhores do cristal encantado) são abusadores e cruéis e começam a utilizar os pequenos Gelfflings em experimentos para obterem a vida eterna.
Apesar de termos um personagem masculino, não há um único protagonista, mas três e dois deles são garotas.
Acredite ou não, a série passa no teste de Bechel, pois não são poucas as cenas em que duas ou mais personagens femininas conversam entre si por uma cena inteira sem citar um personagem masculino.
Na verdade o empoderamento feminino das personagens dessa série supera qualquer outra produção feita com atores reais até agora produzida pela Netflix. As personagens aqui são guerreiras e lutam por si mesmas.
O uso de bonecos e efeitos práticos, somado aos efeitos especiais de computação gráfica deram a série um toque único e mágico.
Na minha opinião só há um problema com a série, ela foi propositalmente esticada para uma segunda temporada, quando,se dessem uma enxugada em algumas cenas, poderia ter sido terminada em uma única temporada bem desenvolvida, já que o fim da temp.1 culmina com os Gelfflings indo ao castelo do cristal, destruir a pedra. [o que seria o equivalente ao final do filme de 1982].
Só espero que não comecem a esticar loucamente o enredo e transformem em um absurdo sem fim, mas, para a primeira temporada, foi mágica, foi incrível e eu acredito que se Jim Henson estivesse vivo hoje, ele ficaria orgulhoso. Afinal, este foi o seu projeto mais complexo e ambicioso. Aquele no qual ele colocou todo seu esforço e tempo [era seu queridinho].
**Curiosidade: Você sabia que o bebê de "O labirinto" participou da série como um dos titereiro (manipulador de bonecos)?
Thra canta, é só você ouvir com atenção.
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