O rei do show

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Para os que ainda não sabem, eu não sou uma pessoa fã de musicais. Gosto de alguns poucos títulos, mas num geral, simplesmente não consigo me atualizar do momento quando a cantoria para e começa o diálogo e então volta à cantoria. Então, quando fiquei sabendo do lançamento de “O rei do show” em 2017, não dei muita atenção, porque, como eu disse, eu tenho um gosto bastante restrito nesse gênero de filme.
Mesmo assim, quando encontrei o filme num desses sites de torrent da vida, eu baixei, porque minha regra é “Nunca torça o nariz para um filme sem antes tê-lo assistido” e agora cá estou eu fazendo uma review deste longa-metragem. Okay, então vamos ao que interessa!

O filme começa com um numero musical, interpretado pelo ator Hugh Jackman (Logan, Wolverine) para uma platéia em um circo. A cena é de uma primazia única, com movimentos sincronizados e uma melodia e letra agradáveis, mas, quando a musica esta chegando ao fim nos damos conta e que tudo não passava de um sonho e então somos apresentados a uma versão muito mais jovem do personagem, ele é um garoto pobre, filho do alfaiate e que se apaixona pela filha de um dos clientes ricos do pai.
Passa-se o tempo e ele e a moça se casam e tem duas garotas, mas as coisas estão difíceis, o dinheiro está escasso e as dividas só aumentam. Ainda assim, ele se mostra um pai carinhoso e que tenta trazer alegria e magia para a esposa e as filhas através de pequenos mimos artesanais.
Então ele tem a grande ideia de comprar um museu de curiosidades, falsificando uma garantia para o banco, dizendo ter dez mil navios no mar da China (quando na verdade tais navios, que pertenciam ao seu antigo patrão, estão submersos no mar da China). Após um fracasso de bilheteria, ele muda de estratégia e começa a recrutar pessoas consideradas “curiosidades vivas” (pejorativamente chamadas de “aberrações”).
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E com estas novas atrações, o museu começa a ter um publico constante, mas, ao mesmo tempo, as mesmas pessoas que compram ingresso, ofendem e agridem fisicamente os que trabalham no museu. O que remete aquele repreensível comportamento de que pessoas que trabalham no entretenimento, seja de qual área for, não “servem” para conviver no meio de “pessoas normais”.
Mas conforme vai conquistando o sucesso acontece o que é de praxe, este subir à cabeça até o personagem começar a fazer bobagens, incluindo destratar os artistas que o ajudaram a conquistar esse sucesso.
O filme resgata um assunto repetido a exaustão, os freakshows, mas dando uma roupagem diferente e arrisco dizer que os verdadeiros protagonistas do filme são as pessoas contratadas para trabalhar no tal circo, não o personagem de Jackman. Se olharmos por esse ângulo, o filme tem um discurso social interessante sobre como o diferente é rechaçado pela sociedade higienizadora, antigamente e ainda hoje em dia.
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É de se esperar sincronia e uniformidade em um musical, mas este aqui elevou tais categorias a um patamar acima, além de que tirando talvez umas duas músicas apresentadas que foram extremamente melosas e baratas, o resto do repertório parece ser ligado no 220v.
E falando em meloso e barato, o romance coadjuvante entre o produtor de espetáculos e a acrobata foi o calcanhar de Aquiles do filme, forçado, chato e previsível, poderia ter sido totalmente removido do roteiro e não faria a mínima falta. Mas foi enfiado pra ser o caso clássico de “o amante da mulher do atirador de facas” ou no caso do filme, o amante da irmã do acrobata. Eu particularmente detesto esses romances socados goela abaixo que os roteiristas adoram enfiar em seja qual for o filme. Eles só deviam parar com isso e se focar em desenvolver um enredo que não seja tão grudento e previsível. E este detalhe, junto das poucas músicas exaustivas citadas anteriormente, são os únicos detalhes negativos do filme.
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Em alguns momentos o longa-metragem me fez pensar em “Peixe grande e suas histórias maravilhosas” e “Freaks”, no entanto não de uma forma plagiadora gritante, mas sim, como assimilações a pequenos detalhes dos dois filmes citados, quase como uma homenagem.
E sobre a interpretação musical do Hugh Jackman, eu já tinha conhecimento de que ele era cantor, pela sua interpretação do personagem-título do musical “Hedwig and the Angry Inch” sobre uma Drag Queen cantora, mas não imaginei que ele repetiria o sucesso do teatro nas telonas, então, tenho de admitir que me surpreende e me fascinei pela interpretação cristalina das canções somada a incrivel atuação do ator, o que serve para mostrar que ele não está restrito apenas aos filmes de ação da Marvel.
Pode-se dizer que a produção é uma homenagem ao mundo circense, desde seu inicio nas feiras e shows de curiosidades. E vale citar que o filme é inspirado na história do verdadeiro P.T. Barnum, responsável por introduzir o circo modernos nos Estados Unidos.
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Enfim, eu recomendo o filme se você está em busca de um entretenimento bastante agradável e animado e também caso você seja fã do gênero de filmes musicais ou dos trabalhos de Jackman como ator. É um filme envolvente e interessante, claro, tem suas gafes, como eu citei ai em cima, mas não é nada que atrapalhe a experiência como um todo.  
“…O show deve continuar!”
Dedico esta review a minha amiga Marcela C. Ribs, grande fã do filme.

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