31 dias de Halloween - dia 10 - Coraline e o mundo secreto
Para fechar esse primeiro arco do desafio, no qual, tirando Mangler, eu escolhi filmes estilo sessão da tarde, trago para vocês essa animação incrível do estúdio Laika. Coraline foi feito com base no livro de mesmo nome de Neil Gaiman, o qual eu acabei lendo numa tentativa de encontrar respostas para os buracos deixados pelo filme (mas no fim a leitura me deixou com ainda mais duvidas)
Essa animação reuniu três coisas que eu adoro. Stop-motion (que é a técnica de foto-filmar um boneco, cada mil cenas equivalem a aproximadamente um minuto de animação), Neil Gaiman (do qual eu virei fã por conta de Sandman) e a similaridade que a história tem com Alice no país das maravilhas. Garota entra em um buraco e cai noutro mundo onde tudo parece incrível, mas, na verdade, não é tanto assim.
A história começa com a sequencia de uma boneca negra chegando às mãos de uma criatura feita de agulhas. A boneca é desmanchada e virada do avesso, ficando branca. E então acontece todo o processo de modificação até virar uma miniatura de Coraline. Essa cena sempre me fascinou demais, pela delicadeza com que a boneca é montada, o cuidado com que os detalhes são colocados e também o fato de que ela é uma isca para atrair uma futura presa.
E então, quando a família de Coraline Jones chega ao Palácio Cor-de-rosa, uma casa que foi dividida em três para ser alugada. Se você prestar atenção na primeira cena em que aparece a casa, poderá ver o Sr. Bobinski fazendo ginástica no topo da casa.
Logo nos primeiros minutos já vemos que Coraline não é uma garotinha boba, pois a primeira coisa que ela faz é sair procurar o velho poço. No caminho, conhece Whyborne e seu gato arisco. O garoto fica surpreso de sua avó ter deixado a família Jones se mudar para a casa, “ela não costuma alugar para quem tem crianças”.

Após alguns dias Coraline encontra uma pequena porta no canto de um dos cômodos, mas ao abri-la, dá de cara com uma parede de tijolos. Mas a noite, a tal porta se torna uma passagem para outro mundo, onde existem outra mãe e outro pai, que tratam Coraline com toda a atenção e carinho que seus pais verdadeiros parecem não ter tempo para dar a ela.
Mas tudo tem um preço e as coisas deixam de ser tão divertidas quando a outra mãe diz que para Coraline continuar com eles, precisará deixar que eles costurem botões no lugar de seus olhos. Como ela se nega, a outra mãe se enfurece e mostra sua verdadeira face. E então começa a luta de Coraline para salvar seus pais, voltar para o mundo real e libertar as almas das crianças que foram devoradas pela outra mãe.
Assim como seu gêmeo de estúdio (Paranorman), Coraline não é uma animação para crianças, não só pelo cenário sombrio, mas também pela abordagem crua de um ser que vive em um mundo paralelo e se alimenta das almas e dos olhos de crianças, mas ainda assim é um daqueles filmes que eu já assisti pelo menos 50 vezes e por isso lembro de cabeça um bocado de falas das personagens. As minhas preferidas são as do Whyborn e da Coraline.
Um dos buracos mais gritantes da animação é a origem da outra mãe (ou Bela Dama, como as crianças fantasma a chamam), tentei ler o livro para ver se descobria alguma coisa, mas não consegui. Na época que o filme saiu, lembro que li numa comunidade do Orkut que ela era uma representação de uma entidade anglo-saxônica, uma espécie de bruxa má de João e Maria, que atraia as crianças com guloseimas e brincadeiras apenas para depois devorar suas almas.
Recomendo essa animação para quem gosta de filmes que misturam humor negro com terror leve, no estilo de “A noiva cadáver”, “o estranho mundo de Jack”, “Os Boxtrolls” e “Paranorman”.
“Oi senhorita Jones, olha só o que eu achei no baú da vovó!
Tá reconhecendo?
Whybe.”

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