31 dias de Halloween - dia 06 - The Mangler, o grito do terror
Quem me conhece há algum tempo com certeza estava se perguntando, mas já estamos no dia 5 do desafio e nada de adaptações das obras do Stephen King? Pois bem, aqui está a primeira das várias parcelas de filmes feitos com base em contos e livros do Sai King que farão parte deste desafio.
Escolhi um bocado de filmes adaptados de trabalhos dele, mas, ao contrário do esperado, que seria começar com os títulos que ficaram mais famosos, resolvi dar uma chance para os esquecidos primeiro. Mangler é um desses filmes. Baseado no conto “a máquina de passar roupa” que se encontra no livro “Sombras da Noite”, é sobre uma grande máquina passadeira de uma lavanderia industrial que é possuída por um espírito demoníaco o qual se alimenta do sangue dos trabalhadores da fabrica.
Eu li o conto e vi o filme, duas vezes se contar esta aqui para escrever a review! É um daqueles filmes trash com muito sangue, mutilações, pessoas passando mal, gritos e terror irracional, tudo isso somado ao fato de que o ator que interpreta o dono da lavanderia é nada mais nada menos que o mesmo quem fez o Freddy Krueger na franquia original de A Hora do Pesadelo, Robert Englund. No filme, ele interpreta um velho avarento e cruel que fez um pacto com o diabo para que sua lavanderia tivesse altos lucros, mesmo que isso tenha lhe custado um dedo da mão, o olho esquerdo e o movimento das pernas. Ele anda de muletas com as pernas envoltas em gaiolas de aço.
Na outra ponta temos o detetive John Haunter, cético incurável e que recebe uma chamada para ir até a tal lavanderia (Lavandeira Blue Ribbon ou Lavandeira Gartley) para averiguar uma suposta morte acidental. Uma das funcionarias foi puxada pela esteira da maquina de passar, triturada e por fim, dobrada como um lençol. Tenho de confessar que é uma cena incomoda, mas para os que me conhecem sabem que esse não é o meu maior trauma em um filme de terror, mas ele também acontece, mais para frente.
Durante uma conversa entre o Detetive e seu cunhado Mark, ficamos sabendo do “apelido carinhoso” que as pessoas que trabalham em lavanderias indústrias costumam dar para a maquina de passar. “A mutiladora”. Tanto que o titulo original do filme “The Mangler” se traduzido ao pé da letra, significa “A Estraçalhadora”.
Enquanto isso nos é apresentado o fato de que velho Gartley tem um fetiche doentio pela sobrinha, o qual ele redireciona para uma jovem garota “acolhida” por ele para trabalhar na lavanderia. A sobrinha, que está para completar 16 anos, é cuidada pelo velho apenas para quando atingir a idade, se tornar um sacrifício oferecido a maquina.
“Incidentes” continuam acontecendo na lavanderia, uma mangueira de agua fervendo se solta da mutiladora, queimando três mulheres que trabalhavam perto dela. Uma das moças vai parar no hospital. Até aqui, tudo ainda parece uma série de acidentes de trabalho. Ao visitar a moça, o detetive recebe uma informação importante. Tudo começou a acontecer após a sobrinha de Gartley, Cherrie, ter cortado a mão num dos grampos de segurança da maquina e o sangue dela esguichar para dentro do aparelho. E em seguida a primeira vitima fatal da maquina, ter derrubado um vidro inteiro de pastilhas para ulcera na esteira. As pastilhas continham beladona em sua composição. Lembre-se do que eu disse sobre os elementos do ritual.

Mark que tem um fraco por pesquisa no ramo da bruxaria e magia negra, chegando em casa, sugere para John que talvez a máquina de passar tenha se tornado possuída, ao que o Detetive responde com ironia cética, como sempre.
Existe esta cena, que não está no conto original, sobre uma geladeira velha que “pega um pouco” do que está possuindo a maquina de passar e faz de um garoto da vizinhança sua vitima. Eu acredito que a cena foi plantada para causar alguns calafrios em quem estivesse assistindo, porque no conto, há apenas uma menção a tal geladeira, mas o foco é todo na grande e desengonçada maquina de passar.
O resto do filme é os dois coletando informações, enquanto a maquina faz mais algumas vitimas, entre elas o encarregado de tomar conta das funcionarias da lavanderia. E este é o pedaço tenso do filme, pelo menos para mim. Sabem de uma coisa? Eu lido bem com um bocado de cenas de terror, decapitação, evisceração e por ai vai, mas uma coisa que eu sempre vou ter problema são mutilações (braços e pernas são os mais comuns), e na cena em que o encarregado quase é mastigado pela maquina, no desespero de se ver livre, ele manda que alguém pegue o machado de incêndio e corte seu braço fora. Ele acaba morrendo do mesmo jeito por conta do choque que a dor causa.
Adianto aqui que a sequência final do filme (aproximadamente os últimos 15 minutos) não é para quem tem estomago fraco, porque apresenta a maquina de passar em ação a todo vapor, dobrando um ser humano como um lençol de carne.
Enfim, esse é um daqueles filmes em que [pequeno spoiler] o mal vence, assim como em A Profecia, só que com um pequeno diferencial. É um filme bloodbath (banho de sangue) com tudo de pior que possa existir nessas produções de terror Trash, mas ainda assim é uma boa adaptação, da época em que não se mexia e (com o perdão do trocadilho) mutilava o enredo inteiro do material original para adaptá-lo para o cinema. Pois eu digo, se você ler o conto após ver o filme, verá 80% do material do texto, na película. Além do bônus de ver o ator que interpretou Freddy Krueger fora do personagem, mas fazendo outro igualmente cruel.
Para quem se interessou você pode encontrar o filme completo (mas com uma qualidade bem ruim) no Youtube, pode tentar baixar via torrent ou por fim, encontrar em melhor qualidade de vídeo no site Portal do Terror, dublado.
A frase a seguir faz referencia direta aos que tiveram contato com a máquina de passar e perderam partes do corpo, mas sobreviveram. Ela não é uma frase direcionada a pessoas que nasceram com alguma deficiência física.
“Os antigos em Rikey Valley tinham um ditado que dizia: tome cuidado com pessoas defeituosas, há uma parte delas no demônio e uma parte do demônio nelas.”

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