31 dias de Halloween - dia 21 - Voo Noturno

image




O filme de hoje é sobre um repórter obcecado por um furo jornalístico e um serial killer sobrenatural dotado de peculiaridades interessantes. Esta é mais uma adaptação pouco conhecida de um conto de Stephen King, Voo noturno, cujo nome do conto original é “O piloto da noite” e que pode ser encontrado no livro “Pesadelos e Paisagens noturnas”. Nesta história King reinventa o que conhecemos por “Vampiro”, dando a esta criatura mítica, uma aparência e um modus operandi totalmente diferentes dos que costumamos ver em filmes do tema.

A história começa com uma torre de controle tentando fazer contato com um avião de pequeno porte que está parado no meio da pista. Não há resposta e por isso o responsável pela torre sai, dizendo que vai arrancar o piloto do avião. Após uma breve investigação, o homem abre a porta do avião e descobre algo que o apavora. A câmera não mostra, mas podemos deduzir que tem haver com sangue, pelo som das asas de moscas dentro do local. É quando alguém bate a porta do avião na cabeça dele varias vezes e em seguida, seu rosto é estraçalhado com unhadas. Esse é um daqueles filmes B/Trash com direito a muito sangue e mutilações, já estou adiantando isso pro caso de você ser uma pessoa sensível com sangue (mesmo que artificial), pois as coisas só vão piorar daqui para os próximos parágrafos.
Vemos então a silhueta oculta pela sombra do agressor, que usa uma capa longa com interior vermelho e seus sapatos de camurça negros. O homem, semi-consciente, pega a lanterna que levou consigo e joga luz sobre a criatura. Mais uma vez, ele vê e nós não. Mas, o que ele encontra é o suficiente para fazê-lo gritar de pavor. Em seguida tudo fica preto e começam os créditos iniciais. É fácil deduzir o que houve com o homem não?
Agora estamos na sede do jornal sensacionalista Inside View, é um daqueles famosos tablóides americanos que publicam noticias como “Casei com o Pé Grande” e “Meu marido é um Alienígena”. É aqui que conhecemos Richard Dees, o protagonista cético e amoral da história, ele não mede esforços para conseguir uma história boa o suficiente para a primeira página.
Nesse começo do filme é possível compreender o perfil deste tipo de tablóide sensacionalista que costuma ser vendido em supermercados por preços ridículos. Aqui no Brasil tivemos o nosso exemplo deste tipo de jornal, chamava-se “Notícias Populares” (vulgo Espreme que sai sangue), das quais, 80% dessas tais “notícias” eram totalmente inventadas e os outros 20% escavados de boletins policiais e cenas de crime violentas. Enfim, até hoje nos Estados Unidos esse tipo de jornal vende, porque existe um publico consumidor doentio que o compra. O filme foi produzido em 1997, o conto eu acredito que 10 anos antes, o que mostra a persistência deste tipo de “material de leitura”.
O editor-chefe oferece a Dees o caso do tal vampiro piloto, mas ele recusa, pois ainda está irritado com o fato das fotos que tirou terem sido vetadas. Em seguida vemos uma conversa de bar entre ele e uma colega do trabalho que não termina muito bem e então a câmera corta para outra pista de pouso no meio do nada, uma senhora está sentada numa escada, usando camisola, enquanto que dentro da cabine de controle, um homem grita por socorro.
O agressor mata o homem com toda violência possível, enquanto que a mulher parece indiferente a situação. Em seguida, o ser sai do cômodo onde está o primeiro cadáver e se dirige em direção a mulher. A tela escurece novamente.
Pelo fato de o editor-chefe ter predileção por Dees, ele toma a história da jovem Catherine, uma recém-contratada que descobriu a maior parte das informações sobre o piloto vampiro (só que mais tarde o editor-chefe devolve a história para a moça, deixando os dois repórteres investigarem o caso). Dees é um repórter cuja carreira está desabando e ele vê nesse caso, que após o assassinato do casal, totalizando quatro mortes, uma chance de voltar a ativa dentro do jornal. E aqui começa a caçada dele atrás do piloto vampiro, começando onde a primeira vitima foi morta, no Maine (Estado onde Stephen King reside).
Falando com o amigo do homem, Dees descobre que o controlador de voo, que se chamava Claire, não morreu de imediato. Tornou-se um zumbi, um escravo a serviço do vampiro. E durante a conversa com o amigo, ele diz que o homem veio de Derry (fãs de King irão pescar essa conexão). Após Claire fazer a limpeza do avião, o vampiro arranca a garganta dele, para beber o que sobrou do sangue e segue viagem, deixando o cadáver dilacerado para trás. Ao contar a história para Dees, o homem relembra que embaixo do compartimento de bagagem do avião, havia um monte de terra com vermes e minhocas, “como se alguém tivesse morrido ali”. Acho que você pode deduzir aonde o Piloto noturno dormia durante o dia.
Dees vai ao cemitério, tirar uma foto da lápide de Claire, mas para que ela saia mais “ao estilo do jornal” ele a forja. Troca as flores recém-colocadas por um buquê seco e dá alguns chutes na lapide, para que ela entorte ficando com um ar de abandonada. Afinal, imagem é o que vende. Ele é um repórter inescrupuloso, o que aqui no Brasil poderíamos chamar de “imprensa amarela” (A marrom é outra coisa). Por fim, quando ele está plantando o toque final, um bocado do seu próprio sangue sobre a lápide, um avião passa voando sobre ele e de dentro da aeronave, o piloto-vampiro sente o cheiro do sangue de Dees e vira a cabeça na direção.
Um coveiro o vê atacando o tumulo e o manda embora. Mais tarde naquela noite, Dees tem um pesadelo no qual encontra o piloto-vampiro. Acorda desesperado, apenas para descobrir que alguem escreveu com sangue na janela do seu quarto de hotel “Fique longe”. Ele ignora, acreditando ser uma ameaça do tal coveiro e segue em frente com a investigação.
É um filme que tem numa ponta um serial killer com um detalhe especial, ele mata para se alimentar, mas, faz muita sujeira durante o processo, e na outra um repórter obcecado por obter uma recolocação na primeira página do jornal pela história e por possíveis respostas que possa adquirir ao encontrar esse tal aviador noturno, apelido este que foi dado pelo próprio Dees. Não é incomum esse tipo de tablóide botar apelidos em assassinos seriais.
O filme é um bocado arrastado, mas a última meia hora compensa tudo. Não apenas por poder ver a face do piloto vampiro, mas também, por antes disso, [e aqui vai um pequeno spoiler] descobrir que este vampiro em especial, urina sangue (você excreta o que come, então…), esse eu acredito, é um dos detalhes mais únicos desta história e que me fez rir e arregalar os olhos na primeira vez que li/assisti.  
Eu o considero um filme B pelo excesso de sangue e violência utilizados durante a produção, mas o enredo é muito bom, bem amarrado e se trocássemos o vampiro por um humano, teríamos um thriller interessante envolvendo um assassino serial que pilota um avião de pequeno porte. É uma boa pedida para quem gosta desses filmes de mortes em sequência, anormalidades sobrenaturais bizarras e claro, vampiros! (o que é o meu caso)
Apenas um complemento final, eu poderia ter posto a foto do piloto noturno nessa review, mas isso iria tirar toda a graça que você certamente terá ao assistir ao filme. Só posso dizer que, ele é uma criatura cujo uma vez que o veja, jamais conseguirá esquecer. Jamais.
“Não acredite naquilo em que publica e não publique aquilo em que crê.”
VOCÊ PODE VER O FILME COMPLETO (LEGENDADO) AQUI: 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

10 filmes sobre BDSM que realmente valem a pena assistir

Aluno inteligente X O Aprendiz (Conto x Filme)