31 dias de Halloween - dia 04 - Sepultado vivo

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Esta escolha da minha lista também tem um quê de nostalgia, na verdade, boa parte dela foi montada com filmes que marcaram minha infância ou adolescência e este filme não é diferente. Lembro que todas as vezes que passava no SBT eu sentava para assistir, com aquele misto de medo e fascínio que só alguns filmes causam na gente na infância. Costumava ser exibido de três a quatro vezes por ano e eu assistia todas as vezes.

Sepultado vivo é um desses thrillers interessantes em que um carpinteiro dono de uma empresa de médio porte é envenenado pela esposa, por sugestão do amante dela, para que assim, os dois possam vender os bens do falecido e saírem da cidade. Ou pelo menos, era o plano inicial. O veneno em questão é extraído de um peixe muito exótico, chamado peixe-anjo, que contem dentro de si glândulas de veneno como um mecanismo de defesa contra predadores.
Joana é a esposa que cansada de viver no campo e dos constantes pedidos do marido para terem um filho, decide matá-lo. Mas antes de colocar o plano em prática, ela recua e chega a jogar o frasco com o veneno no lixo, o que faz com que um bom bocado do liquido vaze e se perca. Ainda assim sobra o suficiente para, ela acredita, dar cabo do marido.
Ela coloca o veneno na comida e após alguns minutos que Clive, o marido, ingere o alimento, ele começa a ter algo parecido com um ataque cardíaco. Antes de ele morrer ouve a esposa gritar “por que você apenas não morre?”.
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O que vem a seguir são uma série de acontecimentos a favor do (até então) falecido. Nada de autopsia, nem embalsamamento ou caixão luxuoso. Joana pede tudo do mais rápido e barato. Mas o que ela não sabe é que a dose do veneno ingerida por Clive foi o suficiente para deixá-lo apenas em um estado de coma por algumas horas. Ao acordar dentro do caixão, o rapaz se desespera e cava a madeira para tentar sair. Aqui eu preciso comentar que uma das minhas fobias e eu tenho várias, é claustrofobia, então assistir esse filme é sempre um teste de nervos, especialmente na seqüência em que Clive sai do caixão.
Esta chovendo, o que torna a terra molhada mais fácil de ser escavada de baixo para cima, além do fato do cachorro de Clive, o qual Joana odeia e em quem até tenta atirar com a espingarda após o falecimento do marido, ajuda o dono cavar a sepultura. A primeira coisa que surge é uma mão em garra, como aquelas dos antigos filmes de zumbis, só que mais… Viva.
O que se passa a seguir é um joguinho de gato e rato entre a esposa, o amante e o não-falecido que não termina muito bem para os dois primeiros. Por ser carpinteiro ele tem domínio da manipulação da madeira e com isso, reorganiza toda a casa, transformando-a em um grande labirinto, assim como sua esposa disse certa vez que via a casa “é apenas um grande labirinto, e eu sou o rato”.
E ao colocar a esposa e o amante lutando cada um pela própria vida, vemos que eles não se amavam tanto assim, tanto que o amante joga toda a culpa em cima da esposa e a oferece em troca da sua própria vida. Mas se você ignorar o gênero das personagens verá apenas três pessoas. Uma delas querendo se livrar da outra para ficar com o dinheiro, enquanto a outra que deu a ideia original quer se livrar da primeira para ficar com o dinheiro só para si e por fim, a terceira pessoa, que quer vingança das duas por tentar matá-la.
Eu gosto muito de filmes de vingança, assassinatos em série e qualquer outro jogo psicológico doentio que faça as pessoas demonstrarem seus verdadeiros interesses e pensamentos e sepultado vivo é um desses. É um filme para televisão, com um orçamento baixo, atores desconhecidos, mas com um enredo bom o suficiente para prender o telespectador por 1h30.
Outro detalhe que eu gosto muito nesse filme, é que ele não se apóia no humor, na verdade, se eu dei umas duas risadas o filme todo já é muito. É assim que eu acho que um filme de terror/suspense deve ser. Mais surpresa e choque e menos risos. Eu recomendo esse filme para quem gosta de clássicos da sessão da tarde, filmes com pressão psicológica e assassinato e ainda assim um final… satisfatório.
E como diz o xerife a Clive quando o vê no cemitério, no final do filme. “Eu não sei quem você é, mas não volte aqui. Jamais.”

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