31 dias de Halloween - dia 28 - Hellraiser, renascido do inferno

A lista inicial do desafio, que eu postei no finalzinho de Setembro lá no meu perfil pessoal do facebook mudou muito até agora. Acabei não seguindo a ordem e troquei vários dos filmes escolhidos na ultima hora. Mas na maioria das vezes optei por material com o qual já havia tido contato, o que não é o caso deste filme aqui. Hellraiser tem um ano a mais que eu, ou seja, em 2016 fará 29 anos de lançamento e é um daqueles filmes de terror que apesar dos anos, continua assombrando muita gente por ai, em especial pelo fato de abusar da violência gráfica e explicita.
Mas é preciso ter em mente antes de começar essa revew que Pinhead, a criatura demoníaca que protagoniza o filme, foi gerado da mente perturbada de Clive Barker, escritor americano famoso por abordar o bizarro e o incomum em suas obras. Eu já tive contato com outros materiais de Barker e sei que ele tem uma abordagem bastante perturbada do terror moderno e Hellraiser, que é sem duvida o carro-chefe na lista de criações dele.
Bom, apresentado o autor e um pouco o teor básico do filme; vamos ao que interessa! O próprio. O filme começa em uma feira no oriente médio onde um homem oferece um bocado de dólares por uma caixa ornada com detalhes dourados, a qual o comprador chama de “a caixa”. O objeto é na verdade um antigo quebra-cabeça amaldiçoado, que se montado da forma correta pode abrir uma passagem de ligação ente a terra e o inferno.
Mas se o quebra-cabeça for resolvido de forma incorreta, coisas ruins acontecem com quem o está manipulando. Para o homem, ganchos de carne saem da caixa e cravam-se em seu corpo. A cena seguinte mostra uma centena de correntes com ganchos nas pontas dos quais estão espetados órgãos e partes do corpo ensanguentadas do homem. E então surge uma criatura alta de cabeça lisa que coleta os pedaços do rosto do homem e os junta. Em seguida pega a caixa e remonta o quebra-cabeça. Acontece um clarão e toda a câmara de tortura que se tornou aquele cômodo desaparece.
Passa-se o tempo e então uma família se muda para a casa. Eles têm uma filha universitária, Kirsty. A esposa do casal, Julia, que não é mãe da garota, teve um caso com o irmão do marido, Frank (o cara que comprou o quebra-cabeça). E estar na casa onde o cunhado morou trás a ela lembranças dele. Ao mesmo tempo em que o marido, enquanto tenta subir um colchão de casal pelas escadas rasga parte da mão em um prego saliente. Ele vai atrás de Julia com a mão pingando sangue e conforme as gotas grossas caem no chão, elas são sugadas pelo assoalho. E em algum andar secreto da casa, um coração pendurado em ganchos de carne começa a pulsar.
Enquanto os três saem para levar o homem ao hospital alguma coisa começa a acontecer no sótão onde o sangue pingou. O chão trepida e os pregos são arrancados de baixo para cima ao mesmo tempo em que uma gosma viscosa começa a brotar da madeira. E por fim uma coisa grotesca começa a se levantar do assoalho, uma espécie de esqueleto putrefato coberto por uma fina camada de carne e gosma e que aos poucos vai tomando forma de algo que lembra a forma humana. Antes de mudar a cena, a criatura dá um grito agoniado.
O casal está dando uma festa para comemorar a mudança na casa nova. Mas Julia está cansada e diz que vai se deitar, antes que chegue ao quarto ela ouve um som vindo do sótão e vai investigar. Assim que entra no cômodo, é possível ouvir o som nítido de batidas de coração e então, quando ela está distraída, achando que o som havia vindo de um monte de ratos que correm pelo sótão, uma mão esquelética e recoberta com um fiapo de carne agarra seu tornozelo. A criatura se arrasta até ela, que tenta fugir do cômodo, mas a porta é fechada pelo ser que então diz para que não olhe para ele, (os motivos são óbvios, é um cadáver em decomposição que se mexe) e então pede ajuda.
Explica que o sangue do irmão que pingou no assoalho o trouxe de volta a vida. Frank é uma visão bastante perturbadora que lembra um misto de guardião da cripta com algum zumbi decrépito de a volta dos mortos-vivos. “O sangue me trouxe até aqui e agora eu preciso de mais”, diz a criatura para a mulher e complementa com “você tem de me curar”. Pois anos atrás, no calor do momento, durante uma tórrida sessão de sexo, ela prometeu fazer qualquer coisa por ele. Qualquer coisa.
Enquanto isso, Kirsty está tendo um pesadelo onde ela vê uma mesa coberta com um lençol. Uma criança grita desesperada e o lençol vai se tornando ensangüentado. Quando ela finalmente puxa o pano, encontra o corpo do pai, morto. Mas ao ligar para casa, o pai está bem. Tudo não passou de um sonho ruim.
No dia seguinte Julia atrai um homem para a casa, com a promessa de sexo, mas na realidade, ele será um dos “doares de sangue forçado” para Frank. Ela deixa o homem desacordado na companhia do “ilustre anfitrião” e ao retornar, encontra apenas uma massa disforme de sangue e carne no chão e ao olhar para a janela, encontra Frank. Agora ele lembra um daqueles modelos do corpo humano com músculos e costelas à vista. Já consegue se manter em pé, andar e falar melhor. Tudo apenas após absorver o sangue, a carne e os fluidos de um humano. É preciso dizer que em vida ele era um cafajeste? Bom, isso não mudou nada após sua volta do mundo dos mortos.
Ele faz com que Julia atraia pelo menos mais três homens para a casa. “Só assim estarei completo novamente”. E é também a primeira vez que os Cenobitas são citados. Eles são uma espécie de policiais do inferno. Se alguém foge, eles vêm buscar. E eu preciso abrir um parêntese aqui e dizer que não tem visão mais perturbadora do que ver um morto-vivo sem pele vestindo um terno. A roupa fica toda suja de sangue!
Quando Julia leva a quarta vitima para casa, Kirsty, a enteada vê e pensa que ela está traindo o pai. Mas ao entrar na casa, ela se depara com o homem com quem Julia entrou, ele está ensangüentado e enrugado, com se alguem tivesse bebido seu fluido vital. Ele ainda pede por ajuda para Kirsty, antes que Frank apareça para terminar de matá-lo. Após uma perseguição rápida pela casa, a garota acaba encontrando a caixa, Frank demonstra pavor ao se ver separado do objeto e a universitária não pensa duas vezes. Atira-a pela janela, sai correndo porta a fora, recolhe o quebra-cabeça e continua fugindo. Sem saber o que está carregando consigo.

Após correr muito, Kisrty acaba desmaiando e acorda no hospital. O médico entrega a ela o quebra-cabeça e nos minutos seguintes ela se torna obcecada com o objeto, qual após algumas manipulações iniciais, começa a se resolver sozinho. Por fim, uma passagem se abre na parede do quarto. E então temos a primeira visão dos cenobitas, incluindo Pinhead, que é quem costuma ilustrar as capas dos filmes, mas o qual normalmente aparece apenas no final.
O final do filme é bem interessante, com algumas surpresas e cenas violentas dignas de Clive Barker. Mas, confesso que eu esperava algo mais assustador, dada toda a mitologia que se criou em cima desse filme. Claro que deve-se levar em conta que o filme foi feito no final dos anos 80, quanto a isso eu não criei preconceito, comecei a assistir sabendo que os efeitos especiais não seriam tão incríveis. Mas confesso que a maquiagem ajudou muito nesse quesito. A sequência final é curiosa, mas um tanto quanto forçada.
O mais engraçado é que a imagem do Pinhead, o cara cheio de pregos no rosto, é divulgada e assimilada a exaustão ao filme, mas ele aparece no máximo 30 minutos durante todo o longa-metragem. Mas, você já deve saber que um bom cartaz vende muito mais. Se eu me lembro bem, porque faz anos que vi a série de filmes, nos seguintes, ele tem mais participação e interação com outros personagens.
Enfim, é um daqueles filmes de terror que a gente cresce ouvindo falar que é pavoroso, te deixará com pesadelos, cabelos em pé, noites insones, mas, pra mim, não foi tudo isso. Não sei se é porque estou ficando com a mente anestesiada para material de terror ou se é porque é fraco mesmo. Apesar disso, não recomendo para pessoas que tem problemas com cenas de mutilações, torturas físicas, carne exposta ou esfolamento corporal.
Algumas curiosidades que vale a pena citar:
O filme é inspirado no livro Hellraiser de Clive Barker
A série é composta por 08 filmes
E foi escrito e dirigido pelo próprio autor
A história também foi adaptada para HQ e recebeu uma sequência chamada Jihad
O personagem Pinhead só é apresentado com esse nome a partir do filme 2. Até então ele é apenas, o líder Cenobita.
O ator Doug Bradley interpretou o personagem Pinhead em todos os quatro filmes da franquia
E uma observação: para saber mais sobre a história do quebra cabeça e outras cenas igualmente incríveis, como o preenchimento de pele humana por um demônio invocado do inferno, recomendo que veja Hellraiser IV – A herança maldita.
“Sem lágrimas, por favor, é um desperdício de bom sofrimento.”
VOCÊ PODE ASSISTIR O FILME ON-LINE AQUI:
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