31 dias de Halloween - dia 23 - Copycat, a vida imita a morte
O filme de hoje é um dos que está no meu top 10 na lista de melhores produções sobre seriais killers, num futuro se der certo faço uma postagem sobre ela. Mas o que o faz ser tão especial assim? Bem, pra começar pelo fato de que eu gosto de filmes de suspense/terror com assassinos seriais e com um enredo bem amarrado, como é o caso deste aqui, também pelo fato da Sigourney Weaver (Saga Alien) ser a protagonista e ainda tem o fator de que o filme é sobre um copiador, um assassino que copia o modus operandi de outros assassinos seriais, e por fim aborda e nos apresenta de forma direta, quase acadêmica, a mente de um assassino em série.
O filme começa com uma palestra em uma universidade e esses três primeiros minutos são o suficiente para aprendermos que nove em 10 seriais killers são homens brancos, entre 25 e 35 anos, com uma situação financeira estável e uma vida aparentemente feliz. Vizinhos e parentes acima de qualquer suspeita. O filme é coerente pelo fato de que se apóia em dados e informações reais, de assassinos que existiram nos Estados Unidos para desenvolver sua narrativa.
E durante a palestra, a perita em psicologia forense, Hellen Hudson, tem a impressão de ter visto Daryll Lee Cullum, um homem no julgamento do qual seu testemunho auxiliou para que ele fosse mandado para a prisão. Mas tudo não passa de uma impressão. Mas, após a palestra, Helen precisa ir ao banheiro e apesar de estar sendo escoltada por dois guardas, um deles também diz que vai usar o sanitário, deixando-a com apenas um policial. E esta é a primeira das muitas cenas de tirar o fôlego do filme. Chegando no banheiro, o guarda abre a porta dos Boxes, com exceção de um, pois ele constata que há uma mulher ali. Dedução feita com base no par de sapatos de salto que se pode ver naquela abertura embaixo da porta. Mas não era uma mulher.
Assim que o guarda sai e Hellen entra no Box, a pessoa ao lado retira os sapatos e abaixa as pernas da calça. Pelos pés, vemos que se trata de um individuo do gênero masculino. É Cullum, que ela acreditou ter visto na palestra. Com cuidado e minúcia ele baixa um fio de aço no Box ao lado, enforcando Hellen. Ao ouvir um barulho, o policial que estava do lado de fora entra e vê Hellen dependurada sobre o vaso sanitário, sufocando, mas ainda viva. Mas o assassino que está escondido no armário de vassouras do banheiro, o ataca por trás de surpresa, faz algumas ameaças para Hellen e por fim o mata. Por sorte, o segundo guarda aparece, salvando Hellen e prendendo seu agressor.
Passam-se treze meses. Hellen desenvolveu um nível alto de agorafobia (que pode ser resumido no medo de sair de casa e até interagir com pessoas fora do seu circulo de convivência cotidiana). Ela mantém tevês e computadores ligados em todos os andares. Se tornou prisioneira de seu próprio medo. O ataque na universidade foi traumático o suficiente para que Hellen não conseguisse mais sair de casa. Pavor cujos sintomas são apresentados durante varias passagens do filme.
Na sequência, aparece a inspetora da policia M.J. que será a segunda protagonista do filme e em seguida já podemos ver que alguém observa uma moça correndo no parque. Ela será a primeira vitima importante. Preciso ressaltar aqui, para que não pensem que o filme tem uma abordagem machista, que tirando uma vitima masculina, todas as outras são femininas. Porque, assassinos seriais americanos parecem ter como padrão de escolha pessoas do gênero feminino. Então, o filme só esta apresentando um padrão comum. Explicado isso, vamos seguir com a review.
As coisas começam a ficar interessantes quando Hellen liga para a delegacia, dizendo reconhecer o modus operandi do atual assassino, que estrangulou até agora três mulheres com meias de seda nas banheiras das próprias casas. Mas claro, o pessoal da delegacia a toma por uma maluca que não tem o que fazer e a ignoram. No entanto MJ, após descobrir com quem esteve falando pelo telefone, resolve fazer uma visita a Hellen. Após a psiquiatra ter uma crise de pânico, a inspetora deixa as fotos dos crimes com um assistente dela e mais tarde, Hellen resolve olhar as fotos e reconhece um padrão. É o estrangulador de Boston, ou melhor, alguém copiando o que ele fez. Ela confirma isso mostrando uma foto idêntica a da ultima vitima, tirada anos antes.
Ao mesmo tempo em que a perseguição pessoal contra Hellen começa. Alguém entra no apartamento enquanto ela toma banho e coloca o taieur vermelho que ela usava no dia da palestra, em cima da cama. Ao mesmo tempo em que, como bom copiador, ele não se mantém imitando o estrangulador por muito mais tempo e parte para a reprodução de crimes de outro assassino serial. Durante as edições de vídeo e imagem que ele envia para Hellen, só vemos os óculos e ainda assim, ofuscados pela luz do monitor. Mas antes de atingir uma hora de filme, a identidade dele é revelada, mas não os motivos.
Copycat é um filme incrível e muito recomendado caso você goste de produções sobre serial killers, a narrativa é muito bem amarrada e a abordagem é sutil e lenta, nos dando as informações aos poucos. É um filme que coloca duas mulheres como protagonistas e descobridoras dos crimes reproduzidos pelo copiador. As cenas de morte são quase artísticas, não apenas por se tratarem de reproduções, mas também pelas mensagens que Hellen diz que elas passam. E a sequência final, onde é explicitado os verdadeiros motivos do copiador e o que ele faz no seu local de trabalho são coisas realmente perturbadoras. Especialmente sobre o que ele acredita que está fazendo no trabalho.
Foi também durante este filme que eu conheci a música “Murder by numbers” do The Police, a letra foi utilizada em uma carta direcionada para Hellen e ao lê-la ela faz a desconstrução das frases, dando novo significado a cada uma. E como acontece em muitos filmes de assassinos seriais, eles criam um vinculo com o policial encarregado do caso ou com alguém relacionado a investigação. Recomendo com veemência que assista a este filme, ele é instigante, surpreendente e muito inteligente.
Eu sei que este desafio é de Halloween, por isso, deveria haver aqui apenas filmes de terror com monstros, vampiros, fantasmas e até alienígenas, mas eu pergunto a você, tem criatura mais assustadora e perturbada, capaz de cometer as maiores atrocidades sem um pingo de remorso, que não seja o ser humano? É por isso que neste desafio apresentarei pelo menos quatro filmes de serial killers. O primeiro foi “O silencio dos inocentes”, o segundo é este aqui e os dois últimos, bem, aguarde e verá.
“Ele está imitando, ele quer o que os assassinos têm. Fama, o poder de aterrorizar e tirar o que quiserem de quem quiser, sem dizer, por favor.”

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