31 dias de Halloween - dia 14 - 13 fantasmas
O filme que eu usei para fazer esta review é o remake do original de 1960 o qual ainda não tive chance de assistir. Passou acho que umas duas vezes na Globo, depois, não vi mais na tevê aberta. Esse filme, assim como “A casa da colina” e “Navio fantasma” são uns poucos remakes que eu gostei e achei que fizeram uma boa releitura do original pela produtora Dark Castle.
A história começa num ferro-velho, onde um homem chamado Cyrus praticante de ocultismo planeja capturar o 12º fantasma de sua “coleção”. O espírito, cujo apelido é Jamanta, fez 40 vítimas, nove em vida e o restante post-mortem e essa informação é descoberta através de um médium que Cyrus levou para o local. São feitos os preparativos, esguichando sangue nos carros amassados e tocando uma invocação em latim. O fantasma aparece atraído pelo mantra invocativo, e no começo só vemos as pessoas sendo jogadas para o alto, mas após alguns segundos, o fantasma fica visível. Grande e forte; usa roupa de presidiário e levanta humanos com uma só mão. Só é possível vê-lo por causa de uns óculos especiais, sem os quais a fuga de seus ataques seria impossível.
As cenas então se intercalam em flashes, mostrando a visão com e sem o auxilio dos óculos enquanto o espírito faz uma carnificina no ferro-velho enquanto Cyrus observa tudo de um local privilegiado e fora do alcance da fúria do fantasma. A sequência seguinte é de extrema violência, perseguindo uma das pessoas da equipe, Jamanta entra na caixa transparente recoberta de inscrições, que funciona como uma cela. Só que o rapaz que ele perseguia também está lá dentro. As portas se fecham e pode-se ver o fantasma batendo a cabeça do homem nas paredes transparentes até transformá-lo em uma massa disforme de carne.
Mas após a captura descobre-se que Cyrus não sobreviveu ao ataque do fantasma. Foi decapitado por uma peça velha de carro.
O foco da narrativa muda para dois irmãos brincando no jardim, enquanto os pais assistem da janela. A câmera começa a se afastar, apresentando uma serie de fotos de família e as vozes vão ficando distantes, como num sonho. Esse é um recurso bastante delicado para contar acontecimentos chocantes, como por exemplo, o fato de que a casa da família pegou fogo e a esposa faleceu no incêndio. Não aparece uma única cena, a câmera continua filmando a casa enquanto os diálogos desesperados ilustram o que está acontecendo. É quase como um audiobook.
E então somos apresentados ao protagonista do filme, o viúvo Arthur Kriticos, interpretado pelo ator Tony Shaloub (conhecido pela série Monk), seus dois filhos, Kate e Bobby e a empregada Maggie. Todos quatro vivem em um apartamento pequeno demais, mas que cabe no orçamento de Arthur. Até que o que eles pensam ser sorte bate a porta. Um advogado que representa os bens de Cyrus, o qual era tio de Arthur. O advogado informa que eles são os únicos herdeiros do falecido e entrega ao viúvo uma estranha chave, que segundo um vídeo-testamento feito pelo (agora) morto, abre as portas da nova casa deles.
Ao chegarem a tal casa, todos quatro ficam maravilhados com sua aparência diferente, mas tem um detalhe do qual eu já falei mais acima e que será crucial no desenrolar do filme. Todas as paredes são de material transparente com escritas estranhas. Parece familiar.
Lembram o tal médium que estava no ferro-velho? Bom, ele aparece novamente disfarçado de funcionário da companhia elétrica. Ele está tentando entrar na antiga casa de Cyrus. Arthur diz que ele pode entrar para conferir os disjuntores, mas ao colocar a chave na fechadura, ela é engolida e ao mesmo tempo em que a casa toda acende as luzes, um mecanismo de pendulo no porão começa a funcionar.
Enquanto a família observa todos os objetos de valor espalhados pela casa, o médium desce até o porão. Ele está procurando o dinheiro que Cyrus havia lhe prometido em troca da captura dos fantasmas. Mas o que ele encontra lá é bem mais perturbador. Dividido em 12 câmaras transparentes, estão os fantasmas pegos e pelo fato de o rapaz ser um médium sensitivo, (daqueles que tem visões ao tocar em algo ou alguém), ele recebe vibrações dos espíritos, diretamente em seu cérebro e com isso temos uma visão rápida de uns seis fantasmas.
Ele tenta informar sobre a “herança indesejada” a Arthur, mas o homem acredita que o médium está fazendo uma brincadeira de mau gosto e não acredita. As vibrações dos fantasmas continuam fortes na mente do médium, que acaba caindo no chão convulsionando. Enquanto isso, o advogado, que acompanhou a família até a casa, some do escritório.
O advogado está no porão, ofendendo os fantasmas enquanto caminha até uma sala dentro da qual está o valor combinado por seus serviços. Mas o que ele não sabe é que ao retirar a maleta com dinheiro, ele ativa um pedal que abre aleatoriamente, a cela de um dos fantasmas, deixando-os soltos ao mesmo tempo em que a casa começa a ser recoberta por placas de ferro fosco. O advogado morre encurralado pelo primeiro fantasma, uma moça nua, recoberta de cortes profundos e empunhando uma faca. Não é uma cena para gente de estomago fraco.
Praticamente todas as almas presas na casa foram assassinadas ou cometeram mortes brutais em vida, o que dá a eles força para agredir, ferir e até matar os vivos.
O resto do filme é sobre Arthur, sua família e o médium tentando escapar da casa enquanto os fantasmas saem do porão. E para complementar a trama ainda tem o ritual do zodíaco negro, motivo pelo qual os 12 espíritos foram coletados. Não falarei do 13º fantasma para não estragar a surpresa de vocês, mas é um filme incrivel.
Esse filme tem 14 anos de lançamento (como devem ter notado, eu gosto de datar os filmes, não para mostrá-los como material ultrapassado, mas sim para que possamos perceber que após x anos, o enredo continua instigante). Eu o classificaria como intermediário-médio, pelo nível de violência e pela caracterização de algumas personagens. Não é recomendado para quem só se identificou com os filmes até o dia 10 do desafio.
“Doze e mais um!”

Comentários
Postar um comentário