31 dias de Halloween - dia 25 - O mestre dos desejos
Deixa eu começar esse post dizendo… A-há! Acharam que eu havia abandonado o projeto? Bom, de certa forma eu tive de me afastar por algum tempo, o que resultou no não término dentro do prazo programado (31/10/2015), mas, resolvi tentar correr com os dias pra terminar o desafio antes do ano acabar. Explicação dada; vamos ao filme de hoje.
O Mestre dos Desejos é na verdade uma quadrilogia, ou seja, composto por quatro filmes, mas, pela dificuldade de encontrar os outros três, decidi fazer uma review apenas do primeiro. O longa é produzido por ninguém menos que o saudoso Wes Craven (Franquia a Hora do Pesadelo) e eu me lembro que a primeira vez que ouvi falar sobre esse filme, foi quando minha mãe o assistiu numa dessas sessões da madrugada da tevê aberta. Levei alguns bons anos para criar coragem e ir procurá-lo para assistir.
O filme fala sobre um Djin (um gênio) que está preso dentro de uma opala de fogo mágica e só pode ser libertado caso a pessoa que possui a pedra fizer um desejo. Parece um conto de fadas não? Mas espere, tem mais! O Djin se alimenta dos pedidos feitos, mas nunca entrega o que lhe é ordenado de forma correta. Na verdade ele costuma dar uma versão macabra e mortal do que a pessoa desejou.
A história começa com a forjadura da pedra que aprisionou o Djin, sim, porque não é uma opala de fogo natural, mas algo feito pelo homem para aprisionar uma força maligna. E então entra a lenda, dizendo que os Djin foram criados a partir do fogo e que aquele que libertar um deles terá direito a três desejos e que após o terceiro ser concedido, a legião de Djin será liberta e dominará a terra.
Vemos que tudo começou na Pérsia, muitos anos antes de Cristo. Um sultão deseja ver maravilhas e o Djin apresenta a ele um verdadeiro show de horrores, com seus súditos se transformando em criaturas e abrindo as barrigas uns dos outros com as mãos nuas. Este era o segundo desejo. Apenas mais um e tudo estaria perdido. Mas eis que surge um feiticeiro e aprisiona o Djin na opala de fogo.
Passasse um longo tempo, agora estamos na América, dias atuais. A jóia agora está incrustada em uma estatua pré-islâmica, a qual é transportada com a ajuda de um guindaste do navio para o chão. Antes mesmo que alguem toque na opala de fogo, o Djin faz sua primeira vitima neste admirável mundo novo. A caixa cai sobre um dos trabalhadores, esmagando-o. Enquanto tentam retirar os escombros de cima do homem, um dos empregados tem sua atenção atraída pela pedra e a rouba instintivamente.

A opala de fogo é vendida a uma casa de penhores e o dono a leva até uma avaliadora de jóias. Ate então o homem esmagado pela estátua foi o único morto desde que a pedra chegou aos Estados Unidos. Durante a avaliação da pedra, a perita, que se chama Alex, nota algumas manchas e então a lustra, o que começa a despertar a criatura presa dentro da jóia e quando ela está observando a pedra pelo microscópio, ouve uma voz tenebrosa dizer “Você me despertou…”.
Ela então leva a jóia para que um amigo examine, mas não pode esperar o resultado. Precisa ir. E aqui fica claro que não é só a fricção que desperta o Djin, pois quando o rapaz coloca a pedra sob um laser de escaneamento, após o inicio da sessão, a jóia esquenta e se parte em quatro, libertando por fim seu prisioneiro.
E então temos a primeira visão do Djin após a jóia explodir. Ele não é mais aquela criatura fisicamente forte e poderosa, na verdade parece uma experiência cientifica que deu errado. É pequeno e coberto de gosma. O rapaz que estava examinando a pedra está ferido e o Djin diz que tudo o que ele precisa fazer é desejar que aquela dor vá embora.
Pelo fato de Alex ter sido quem despertou o Djin, ela está telepaticamente ligada a ele. Então, a cada desejo concedido, ela vê e sente o que a vitima da criatura esta passando. Ela vê o Djin esmagar a cabeça do seu amigo, Josh, sem sequer encostar a mão nele. E fica claro aqui que apenas um desejo era o suficiente para que ele recuperasse um pouco dos poderes e força vital.
A vítima seguinte é um mendigo o qual o dono de uma loja enxota para a rua. O mendigo grita todo tipo de ofensa e desejos de morte ao dono da loja. É aqui que o Djin entra. Ele se apresenta como um amigo e então diz, “você tem uma alma, é uma boa moeda de barganha”. E começamos a compreender do que ele realmente se alimenta e com o que se fortalece. Não são poucos os filmes de terror que enaltecem o cerne vital que é a alma humana.
O mendigo deseja que o dono da loja tenha câncer e que morra disso. Mais uma vez Alex é tomada pelas visões do desejo feito. E por se tratar de um pedido atendido pelo Djin, o homem tem um câncer que empipoca todo seu corpo e o fulmina em menos de dois minutos. O mendigo foge apavorado e gritando, deixando para trás um cigarro, o qual o Djin pega e antes de fumar diz: “Corra inseto, corra e diga aos outros o quê você desejou. Conte a eles que há algo solto na cidade, algo que se alimenta de desejos… Mas diga rápido, enquanto ainda tem alma”.
Uma coisa que eu gostei nesse filme foi alguns cortes de cena, do Djin para a Alex, como por exemplo, a cena do cigarro. Ambos estão fumando, começa nele e então a cena se desvia para ela, a qual está se perguntando se enlouqueceu.
O resto do filme é pontuado por Alex tentando descobrir informações de procedência da pedra, perturbações do Djin em sua mente e mais vítimas dos desejos macabros concedidos por ele, resultando em violentas mortes, mutilações e torturas. E as coisas só vão ficando cada vez piores a medida que os poderes do monstro aumentam.
O filme que bebeu na mesma fonte de Hellraiser (criatura demoníaca aprisionada em objeto mágico que pode ser libertada após certas manipulações especificas), tenta mostrar a face real dos chamados “gênios”, bem diferente do que Hollywood fez com eles, durante o longa, é frisado varias vezes que Djin são criaturas sanguinárias e monstruosas, temidas pelo povo do Oriente Médio. E ainda assim, ele tem uma limitação, não podem fazer nada a não ser que alguém deseje. Infelizmente a compreensão de um desejo é ilimitada.
Eu gosto um bocado quando a personagem protagonista é uma pessoa do gênero feminino e Alex foi uma das que entrou na minha lista de favoritas, afinal, ela pesquisa e se informa sobre a história e as fraquezas da criatura antes de pensar em confrontá-lo. Inteligência sobre força é o tipo de padrão pouco utilizado em filmes de terror.
Recomendo esse filme para quem gosta de um terror com uma abordagem meio trash e violenta, mas que por um triz não chega a ser gore. Ele tem um bom pano de fundo e uma amarração de enredo bem coerente. Sem falar que as cenas de morte são um show a parte.
Algumas pequenas observações que vale a pena dizer:
A palavra Djin, pode ser usada tanto para o singular quanto para o plural. Não existe “Djins”.
O filme foi lançado em 1996, então em 2016 ele completa 20 anos!
O titulo do filme em português foi mantido igual ao original (The Wishmaster / O Mestre dos desejos)
Por fim, após assistir esse filme eu me lembrei daquele famoso conselho de amigo: “muito cuidado com aquilo que você deseja”. E também aprendi que não se pergunta para um estranho se ele gostaria de saber o que eu desejo.
…Temei o Djin.

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